Terça, 07 Mai 2024

Bons de contragolpes

 

Embora conheça política de cor e salteado, o governador Renato Casagrande está se arriscando ao botar o carro na frente dos bois nessa corrida antecipada à reeleição. A começar por acreditar que o ex-governador Paulo Hartung (PMDB) e o presidente da Assembleia Legislativa, Theodorico Ferraço (DEM), retribuirão os seus esforços para livrá-los de penalidades judiciais. 
 
São dois homens de poder e com ampla audição em todo o Estado. Impiedosos quando necessários. Ferraço tem mais velocímetro rodado que PH, já PH pode ser relativamente novo na idade, mas em política ele está bem rodado. Quem ignora, que a essa altura do processo político, não criaram já entre si um elo conspiratório? São dois atores políticos pós-graduados em armadilhas.  Poucos políticos foram tão temidos como eles dois. 
 
Mudaram até o tipo de relações políticas no Estado. Hartung mais abrangente do que Ferraço. Quando ambos estavam para se ferrar, com o advento do desembargador Pedro Valls Feu Rosa na presidência do Tribunal de Justiça, surgiu a mão generosa do governador. Pressionou a torto e a direito para livrá-los. Se não os livrou de vez, pelo menos impediu o pior, a Justiça colocar a mão em Ferraço e Hartung. 
 
Não importa que Ferraço tenha se livrado de indiciamento na Derrama e que presida a Assembleia Legislativa com a ficha suja. Instrumentalizou-se para virar ator no processo eleitoral de 2014. 
 
PH diminuiu muito em tamanho político, com o resultado das eleições municipais, mas o que restou de prestígio cabe perfeitamente para ser usado no processo sucessório de Renato Casagrande. Pois a história de  Paulo Hartung é de um político sagaz e que sabe lidar com o poder como  poucos. Não vai dar mole para Casagrande.
  
O resto do plantel que vai estar nesse jogo, não vai nele sem a devida compensação. É na divisão do poder que se encontra o futuro de todos. O método até agora do governador Renato Casagrande é agregador. Tudo bem. 
 
Mas pensar numa costura que parte do pressuposto de que a ele já está reservado o governo, é jogo de cartas marcadas, subestimando a  capacidade política dos demais atores que obrigatoriamente estarão também na sucessão. Mais do que isso, é acreditar que a ferramenta que está com ele dispensa maiores concessões, ignorando que políticos como PH e Theodorico são bons principalmente nos contragolpes.

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