Quinta, 28 Março 2024

Carta-mensagem

 

“Apenas hoje (veja quanto tempo eu perdi) é que tomei conhecimento do seu texto sobre a situação do rádio no Brasil, especialmente aí no seu grande Espírito Santo. 
 
Sou radialista, não fiz faculdade de comunicação e aprendi o ofício através do dia-a-dia, nas redações dos locais por onde trabalhei. Tenho registro profissional DRT-1267/PA, porém, não sou locutor. Aliás, quase todo mundo, mesmo os que comentam sobre comunicação ainda tem esta ideia de que Radialista é sinônimo de Locutor. Na verdade sou PRODUTOR EXECUTIVO , uma das mais de 90 funções existentes na Lei 6.615/78 (lei dos radialistas). 
 
Bom, vamos ao que interessa. Sua matéria é PAI-DÉGUA como falamos aqui no Pará, ou seja, é algo extraordinário, grandioso, eloqüente, principalmente pra quem gosta e ama fazer rádio. Detectei em sua entrevista (bate papo) com "quem entende de rádio", como você faz questão de destacar, que a maioria deles, mesmo sendo radialistas, são também rádio-difusores, ou seja: são donos de emissoras de rádio, portanto, mesmo sendo "pessoas que entendem de rádio, veem o rádio mais como negócio, mais com os olhos voltados para as cifras e faturamentos, claro.
 
 Muitas emissoras utilizam o Playlist e se o locutor berra ao microfone é por que o dono da emissora assim deseja, por achar que isto lhe trará mais faturamento. A maioria dos entrevistados esqueceu-se de dizer que mesmo sendo donos das emissoras, não são donos da CONCESSÃO  que é publica e que por isto mesmo deveriam ter a preocupação de fazer rádio para os ouvintes, levando informação, cultura... e não o besteirol globalizado, principalmente nas FMs espalhadas brasis afora. 
 
Você deveria também ter escutado os diretores do sindicato dos radialistas ou mesmo a federação dos radialistas (FITERT), pra buscar um pouco da luta dessa turma na busca de melhores condições de trabalho para os radialistas. Quando digo melhores condições de trabalho, me refiro ao local onde o radialista trabalha se tem insalubridade e periculosidade, se as cadeiras são ergométricas, se o patrão respeita a carga horária do trabalhador, se paga o mínimo exigido pelo sindicato através de suas convenções, se o trabalhador tem registro profissional (DRT), se o trabalhador tem registro em carteira de trabalho, se o patrão recolhe de forma legal as contribuições previdenciárias, FGTS, e outras “cositas más”.
 
Preocupa-me sim ver o estado deplorável em que se encontram a maioria das programações de rádios AM/FM e olha que vivemos o melhor momento tecnológico na radiodifusão e sem dúvida o PIOR MOMENTO NO QUE SE REFERE À CONTEÚDO. Ah, finalizando, sou apenas um trabalhador radialista e não um artista do rádio como muitos "medalhões" gostam de ser chamados.
 
 
Saudações 
Luiz Cunha
DRT 1267/PA
 
PARABÓLICAS
Silvia Magna, a bonita assessora política e jornalista, coordena a campanha para prefeito em Anchieta.
 
O lendário técnico de rádio e televisão João Neves vai agora fincar seu trabalho na capital do Estado, na SIM.
 
Muito ruim o horário do programa Em Movimento da TV Gazeta. Parece que foi castigado. Mas a produção é boa. Uma pena.
 
Renato Paollielo tanto fez que conseguiu o que queria. Ficar em Brasília mandando noticias para sua TV em Vila Velha
 
MENSAGEM FINAL
A saudade é um pouco dessa incerteza da separação. José Américo de Almeida

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