Segunda, 29 Abril 2024

Casagrande em risco

Politicamente, o governador Renato Casagrande fez uma movimentação correta em 2012, fortaleceu seus aliados nos municípios, fez o seu partido, o PSB, dobrar o número de prefeitos e se estabeleceu como grande liderança política do Estado. Contribuiu para seu ganho de musculatura, o fato de o ex-governador Paulo Hartung ter se saído muito mal nas apostas que fez no ano passado.



O desempenho do governador em 2012, porém, não lhe garantiu uma movimentação sossegada para 2014. Não contava o governador com a possibilidade de o presidente do PSB, o governador de Pernambuco Eduardo Campos, rachar com o PT, lançando sua candidatura à presidência. A candidatura de Eduardo Campos abriu espaço no Espírito Santo para que outras forças políticas se movimentassem, colocando em risco o palanque de unanimidade de Casagrande.



O primeiro a se movimentar foi o senador Magno Malta (PR), segundo ele, pressionado pelo próprio ex-presidente Lula, já calejado da falta de compromisso do Palácio Anchieta com o governo federal na última década. O discurso do republicano é conservador, assim como o eleitorado capixaba, e teve mais de 1,2 milhão de votos em 2010.



O PT do Estado, ou melhor, duas lideranças políticas do partido – os ex-prefeitos de Cariacica, Helder Salomão, e de Vitória, João Coser – vieram a público para dizer que o partido não se identifica com o palanque de Malta e que prefere lançar candidatura própria, mas o PT não teria musculatura para tal.



Por isso, a sinalização entendida pelos meios políticos é de que o PT vai caminhar com o PMDB, que mostra duas possibilidades de disputa ao governo, o senador Ricardo Ferraço ou mesmo o ex-governador Paulo Hartung.



Ou seja, a possibilidade de haver três palanques na disputa estadual é grande, o que dividiria os votos. O problema é que Casagrande foi eleito no palanque de Hartung e vem fazendo das tripas coração para evitar que seu antecessor sofra com os desgastes oriundos de uma passagem de seu governo a limpo. Como, então, Casagrande poderá enfrentar Hartung ou Ferraço, indo de encontro ao grupo que ajudou a elegê-lo?

 

Já Magno Malta, que esteve com Casagrande em 2010, nunca foi aliado de Hartung, muito pelo contrário. Ficaria então com o caminho livre para falar o que bem quisesse e os meios políticos sabem muito bem o risco que é um microfone na mão do senador.



Fragmentos:



1 – Theodorico Ferraço (DEM),que andava sumido da presidência das sessões da Assembleia, reapareceu nessa segunda-feira (30), mas não consegue convencer o mercado político de que tem o controle da Casa.



2 – Os deputados estaduais que estavam arredios com o governo agradeceram na sessão o atendimento por parte de alguns secretários, mas José Esmeraldo (PR) continua insatisfeito e batendo forte em alguns membros da equipe de Casagrande.



3 – O morde e assopra do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), na presidente Dilma deixa ainda mais confusos os prognósticos para a disputa de 2014.

Veja mais notícias sobre Colunas.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Segunda, 29 Abril 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://www.seculodiario.com.br/