Domingo, 28 Abril 2024

Com orgulho, sem preconceito

 

O romance ‘Orgulho e Preconceito’, de Jane Austen, publicado em 1813, faz 200 aninhos, e como dizem por aqui, continua contando. Classificado como uma sátira de costumes na Inglaterra do século XIX, a história de amor entre Elizabeth Bennet e o orgulhoso Fitzwilliam Darcy continua fascinando leitores de todas as idades, figurando na lista dos livros mais lidos de todos os tempos, com mais de 20 milhões de exemplares vendidos no mundo todo.
 
 
Em  2003, a BBC fez uma ampla pesquisa para definir qual o livro mais amado do Reino Unido, e  'Orgulho e Preconceito' ficou em segundo lugar, perdendo apenas para 'O Senhor dos Anéis'. Em 2008, outra pesquisa entre mais de 15 mil leitores da Austrália, ele figurou em primeiro lugar na lista dos 101 melhores livros de todos os tempos.
 
 
A nova mídia, claro, não poderia ficar de fora desse filão, e inúmeras adaptações  da obra foram feitas para cinema e televisão.  Para citar apenas alguns, tem o filme de 1940, com Greer Garson e Laurence Olivier;  o de 2005, com Keira Knightley, que recebeu uma indicação para o Oscar pelo papel de Elizabeth; e uma adaptação para o canal BBC de Londres, em 1995, com Colin Finch.
 
 
No teatro, o musical “Jane Austen, Pride and Prejudice, the New Musical” foi apresentado em concerto em Rochester, Nova York, em 2008. Uma versão em quadrinhos foi feita em 2011, com o  título Mary King, não se sabe o motivo. Tem ainda um livro chamado “Orgulho, Preconceito e Zumbis”, que felizmente Jane Austen não está aqui para ver.  A história  caracteriza bem uma época em que a sociedade exigia que as jovens, para arranjar bons casamentos, tinham que ter muitas qualidades, nem sempre realísticas.
 
 
Para a aristocracia da época, o modelo da mulher ideal seria culta, que soubesse falar idiomas modernos, que entendesse de música, de estilo, tendo que ter ainda beleza e carisma. Discutindo com Darcy, Elizabeth nega que exista uma mulher capaz de ter todas essas qualidades ao mesmo tempo, dizendo: “Não duvido que conheçais apenas uma dezena; duvido que conheçais alguma”. Para o modelo do homem ideal, bastava ser rico.
 
 
Os casamentos na Inglaterra, onde só os homens herdavam a fortuna da família, é um tema constante nos livros de Austen. Nascidas de famílias abastadas, tanto filhas como esposas perdiam tudo quando o patriarca falecia. Muitas jovens eram levadas a procurar casamentos que lhes permitisse manter o estilo de vida em que foram criadas. Quer dizer, mais por interesse que por amor.
 
 
Dos livros de Jane Austen, prefiro Razão e Sensibilidade; o arrogante Darcy nunca me encantou. Charlotte Brontë disse que o livro foi “uma decepção”,  mas quem entende a alma do leitor? Uma frase de uma das personagens define a história: “É uma verdade universalmente reconhecida que um homem solteiro, possuindo uma boa fortuna, precisa de uma esposa”.

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