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‘Confusão’ numérica

Como de hábito, o Instituto Futura aprontou mais uma vez em pesquisas. A pretexto de aferir o desempenho dos prefeitos da Grande Vitória, utilizou-se delas para consultar a tendência eleitoral para o governo do Estado e Senado. 

 

Pesquisas que foram publicadas, também como de hábito, no jornal A Gazeta, com direito a repique nos demais meios de comunicação da Rede Gazeta. Embora bem armadas, não deixaram de levantar suspeitas. Por que somente na Grande Vitória, quando são eleições estaduais?

Não se aferi uma eleição desse nível em apenas quatro municípios. Ainda mais, quando se trata da escolha do próximo governador e do próximo senador. É a intenção velada de criar o favoritismo, que contamina todo o eleitorado.  

Pela soma das pesquisas, recaiu no ex-governador Paulo Hartung (PMDB) o favoritismo da Futura tanto para o governo como para o Senado. Surpresa nenhuma, são conhecidas as relações entre ele e a Futura.

E tudo seguia às mil maravilhas, até a hora que chegou em Vitória. A situação encrencou quando a Futura deu números irreais ao desempenho do prefeito Luciano Rezende (PPS). Desmentido por conta de uma outra pesquisa, do Instituto Enquet, publicada no jornal A Tribuna

Bem diferentes. Na Enquet Luciano aparece bem e na Futura, sofrível. Com a ousadia ainda do cientista político da Futura, João Gualberto, chegar ao desplante de afirmar, que Luciano havia sido reprovado em todas as expectativas dos entrevistados da pesquisa. 

Só que há antecedentes da Futura com Luciano.  Em 2008, quando ele foi candidato à Prefeitura de Vitória, ela não deu  mais do que 20% dos votos, quando ele tinha 32%. Em 2012, quando ganhou as eleições contra Luiz Paulo Velloz Lucas (PSDB), a Futura já o havia derrotado no primeiro turno e, depois, no segundo. 

Se não houvesse o episódio Luciano Rezende, ela já teria iniciado o processo de vitória do governador Paulo Hartung. A exemplo do que ocorreu no passado e também em favor dos candidatos apoiados por ele. 

Há outros detalhes a serem observados nessa estratégia eleitoral. Nas outras avaliações de gestão, a Futura também aferia o desempenho nas chamadas cidades-polos: Cachoeiro de Itapemirim, Colatina, Linhares e São Mateus. Na Grande Vitória, também entrava Viana na avaliação. 

 
Mas este ano não há interesse em ouvir o interior, por dois motivos: o objetivo é criar um cenário artificial de favoritismo para Hartung, por isso, se faz a avaliação isolada nos municípios. Uma avaliação estadual, como seria o certo, poderia não apontar o cenário desejado para o grupo. O segundo motivo é que o governador Renato Casagrande tem grandes chances de virar o jogo no interior. 
 
Há ainda uma outra e perigosa possibilidade de o senador Magno Malta (PR) aparecer em condições de desequilibrar a disputa. No interior, a influência da imprensa local é diferente. Há presença das TV de fora do Estado, em que o senador ganha espaços mais destacados que o próprio governador e o ex-governador. Se Malta aparecer bem na pesquisa, pode voltar para o jogo estadual e bagunçar o coreto tanto de Casagrande quanto de Hartung.
 
Não dá para se avaliar a disputa de governo e do Senado no Estado pelas pesquisas apresentadas até agora. Essa série de avaliação de prefeitura, casada com um levantamento de disputa estadual, atacou os aliados de Casagrande, criou um favoritismo artificial de Hartung, e tenta convencer a classe política a embarcar no palanque peemedebista. Ou seja, é mais do mesmo. Nada que os meios políticos do Estado não estejam cansados de conhecer. 
 
Um crime contra a democracia no Espírito Santo. 
 
 
  

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