Sexta, 29 Março 2024

Consumo feminino x consumo masculino

Geralmente ela procura a segurança e a estabilidade, enquanto ele o desafio, o risco. Tem relação com as diferenças no padrão comportamental.

 
Vamos tratar sobre a união dos opostos no amor, nos hábitos, na cultura e no jeito próprio de lidar com o dinheiro. Uma união estável atualmente, mesmo que não seja oficial, impõe direitos e deveres, concessões e conflitos.
 
É comum encontrarmos mulheres que sonham com a casa própria e decorada, com o carro, roupa ou acessório novos, seja para o presente ou para o futuro, conflitando com a postura de seus companheiros, que pensam no dia de hoje e se contentam com o que tem. Isso representa fator para possíveis conflitos na relação.
 
Ao abrir o armário, o sapateiro, a necessaire de um homem e compararmos com os de uma mulher, visualizamos as diferenças nas demandas e no padrão de consumo. Avançando um pouco observamos diferenças no consumo por serviços também. As mulheres vão mais ao salão de beleza e gastam com diversos serviços, enquanto os homens em menor proporção, mesmo considerando o aumento na vaidade masculina. A ambição pela casa própria e decorada é geralmente da mulher, enquanto o homem trocaria isso pelo carro do seu sonho.
 
Pelo que descrevemos acima, os gastos mensais com itens como higiene pessoal, roupas, sapatos e acessórios são mais consumidos pelas mulheres do que pelos homens. Outro dado importante e confirmado em pesquisa realizada em 2011, no Brasil, é que elas controlam 66% do consumo familiar, principalmente com bens e serviços, incluindo a alimentação, gerando a fama de gastadora.
 
Um fator no consumo que remete à “divergência conjugal” e que já é senso comum, é quando o homem presenteia sua mulher com um eletrodoméstico, mesmo que ela tenha demonstrado interesse em adquiri-lo.
 
Toda essa descrição é para contextualizarmos que o consumo é fonte de sonhos, de “disputa de poder”, de frustrações, com decisões erradas e difíceis de serem revertidas sem gerar prejuízo, tendo suas peculiaridades e imposições pela própria necessidade. A exemplo da tendência do consumo mensal maior com certas despesas pelas mulheres do que pelos homens, em compensação, quando os homens consomem costumam gastar muito mais do que elas e com itens que elas julgam desnecessários.
 
Cito outro fator de observação nesse cenário, quando um dos dois começa a consumir sem o “aval” do outro, consumindo a receita ou as reservas do casal, tende a gerar uma reação de consumo desenfreado e sem planejamento no outro, como forma não verbal e, às vezes inconsciente, de repudiar o comportamento de consumo do parceiro. Isso é risco tanto para as finanças como para a relação do casal.
 
Somos o que e como consumimos. Isso se reflete também na forma como as relações se estabelecem, são também fontes para discordâncias com divergências, imposições com frustrações, ciúmes e inveja, chegando ao amor e ódio.
 
Quando um tem os seus sonhos, o outro nem sempre tem os mesmos, mas a receita já passou a ser uma só. Há que se trabalhar para a priorização da relação dos sonhos de ambos, de preferência rodiziando na realização destes, evitando conflitos e reações veladas. Todos merecem realizar os seus sonhos, viver no padrão que desejam e para isso tem que haver diálogo, defesa de seus sonhos, escalonamento destes, planejamento sempre, disciplina e persistência para alcançá-los, e gratidão quando realizá-los.
 
Esse assunto é vasto e não se esgota aqui. Comentem, para que possamos avançar.
 


Ivana Medeiros Zon é assistente social,  especialista em Saúde Pública e em Estratégia Saúde da Família. Autora do Projeto Saúde Financeira na família: uma abordagem social, com foco em educação financeira.
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