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Contagem regressiva

Feliz Natal, paz e amor em todos os lares

Redes Sociais

O ano passou em um piscar de olhos, e de repente chegamos aos intensos preparativos que o Natal exige e merece. Cartões e mensagens de boas festas entulham as caixas dos Correios e as redes sociais. Os entregadores da Amazon rodam dia e noite, deixando sorrisos empacotados em caixas estufadas em cada porta. É Natal, vamos festejar! Batem sinos, cantam hinos, e as portas e janelas se engalanam com luzinhas pisca-pisca e bonecos inflados.

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O que vestir, onde ir, o que comprar, a quem presentear? Quais filmes assistir na avalanche de filmes natalinos que engorda os canais de TV – todos iguais. Mudam os artistas e os títulos em letras garrafais no início da sessão, mas os temas se repetem, as histórias são as mesmas, apenas ganham nova maquiagem. Algo de novo esse ano? Ainda não encontrei, mas ninguém reclama – quanto mais colorido, melhor. O final feliz é inevitável: tem o poder de tornar o mundo melhor.


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Ao soar o sino, vem o Deus Menino, nos abençoar. Os sinos cantam boas-festas, pedem muitos abraços e amplos sorrisos. A magia do Natal transcende distâncias, a pressa crônica de todo dia e as barreiras sociais. O vizinho que nunca cumprimenta diz Feliz Natal, a amiga que não vejo há anos manda um cartão desejando Boas Festas. Paz e amor são o lema, mesmo que não tenham sido alcançados nos outros 364 dias do ano que vai se extinguindo devagar.

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Natal tem ceia. Em torno da mesa, seja farta ou modesta, as famílias confraternizam com uma garrafa de vinho…ou muitas. Houve um tempo em que as reuniões familiares ocorriam apenas no dia 25, porque a noite de 24 era reservada para a missa do galo, à meia-noite. Ainda é celebrada, mas as igrejas já não ficam lotadas. Essa tradição natalina foi criada por Egeria, uma espanhola que fez uma peregrinação à Terra Santa e viu que os católicos de Jerusalém honravam o Natal com uma vigília noturna em Belém.

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Depois voltavam em procissão para Jerusalém, chegando à Catedral da Ressurreição ao amanhecer. Egeria sugeriu que os católicos celebrassem uma missa à meia-noite, e o Papa Sixtus III a tornou oficial. Fui a muitas missas do galo nos meus tempos alegrenses, sempre com igreja lotada. Depois colocar o sapatinho na janela – um pé, apenas, para não ser roubado. Se bem que, nessas priscas eras, sem ar-condicionado e ventilador, as janelas ficavam eternamente abertas. De manhã, a surpresa: como é que Papai Noel não se esquece de ninguém?

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Hoje é noite bela, juntos eu e ela, vamos à capela, felizes a rezar…na correria da compra dos presentes, na euforia das reuniões sociais e familiares, na ansiedade do toma-lá-dá-cá dos presentes – somos todos amigos ocultos -, ninguém mais se lembra de ir à capela. Um Deus-menino nasceu na manjedoura porque não havia lugar para ele nas estalagens. Nas comemorações do Natal, também não.

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