Sábado, 20 Abril 2024

Crises acontecem

Diferentes crises acontecem ao longo da vida e com elas também os reflexos no orçamento e na saúde das famílias. As crises podem ser previsíveis ou imprevisíveis. As consideradas previsíveis acontecem a partir da não adaptação às mudanças nos ciclos de vida: a partir do casamento, do nascimento dos filhos e na fase da adolescência deles, depois na fase universitária, na aposentadoria ou no envelhecimento. Cada fase com suas tarefas individuais e investimentos compatíveis.

 
De outro lado, há as crises imprevisíveis. No caso dos assalariados, o atraso no recebimento do salário, a perda de uma comissão, de algum benefício indireto e, o mais grave, o desemprego. Outras crises também podem chegar como o caso de doença na família ou do adoecimento que provoque o afastamento do trabalho, geralmente, via auxílio previdenciário. Dados identificados e analisados pela Fundação PROCON-SP, no Relatório Final do Projeto Piloto de Tratamento do Superendividamento, mapearam as causas para o endividamento, sendo que 30,9% gastaram mais do que ganharam, 23,9% tiveram alteração na renda, 20,6% ficaram desempregados, outros 16,2% adoeceram, dentre outras causas apontadas.
 
Para os autônomos além do adoecimento, há crise quando perdem um cliente importante ou quando ocorre atraso no recebimento pelos serviços prestados. Qualquer uma dessas causa dificuldade ou descontrole financeiro, a partir da redução ou da perda de receita.
 
A prevenção ao adoecimento da família em função de alguma crise é basicamente a mesma: formar e manter reserva para que, estando em alguma situação de crise e, enquanto ela perdurar, que a família a utilize e não fique vulnerável a passar “necessidade”. Também é importante que nesses momentos em que precisar lançar mão das “economias”, que fiquem mais atentas à qualidade das despesas, cortando os gastos supérfluos, e controlando melhor as despesas necessárias com o consumo de água, luz, alimentação, telefone, gastando o mínimo possível para manter por mais tempo a reserva.
 
Especialistas apontam alternativas que são aplicáveis para evitar crises imprevisíveis, por exemplo, adotar diferentes fontes de renda, diversificando também a atuação profissional. Mesma regra aplicada aos investimentos para a reserva obtida. Dessa forma, as perdas ou atrasos de uma “fonte pagadora” ou as perdas momentâneas em um investimentos não comprometerão a saúde financeira da família.
 

Novamente é a reserva impondo um peso crucial para a saúde da família. Podemos então concluir que a reserva está para a saúde financeira das famílias assim como a alimentação saudável está para a saúde física de cada um de nós.

 



Ivana Medeiros Zon é assistente social,  especialista em Saúde Pública e em Estratégia Saúde da Família. Autora do Projeto Saúde Financeira na família: uma abordagem social, com foco em educação financeira.
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