Sexta, 26 Abril 2024

Dança das cadeiras

A partir de 2013, a Assembleia Legislativa terá definitivamente uma cara nova, com mudanças que vão atingir quase um terço do plenário. Além dos suplentes dos cinco prefeitos eleitos, são esperados no plenário nomes novos por conta das movimentações do Palácio Anchieta para acomodar os aliados políticos.



Essas mudanças não devem afetar o acordo feito para reeleger Theodorico Ferraço (DEM) na presidência da Casa, mas o deputado terá que conversar com os novatos – ou os que retornam ao plenário – para atender os interesses deles também.



Aí também não há dificuldade. À frente da Assembleia nesse último ano, Ferraço conseguiu um feito que seus antecessores não alcançaram: a simpatia do plenário. A sala do presidente não é um território proibido, como fora no passado. Apesar de às vezes colocar a Casa em confronto com os outros poderes, Ferraço leva a sério o corporativismo – José Carlos Elias (PTB) que o diga –, fortalece os deputados e não vira a cara para os servidores.



É um bom presidente, por isso, não terá problemas em se reeleger, apesar do esperneio do PT. O que falta a Ferraço é entender a diferença entre defesa da independência do poder e cotovelada no governo. Às vezes, o presidente, em seu jogo para conseguir algo, exagera.



A tendência em seu próximo mandato à frente da Casa é que Ferraço se aproxime dos iluminados da Assembleia, um grupo de deputados influentes que geralmente representam o interesse do plenário. Esse grupo é que determina a forma como se dá a harmonia com o Executivo e os outros poderes.



Mas há outros elementos nessa reeleição que precisam ser considerados e explicam a resistência do governador Renato Casagrande em um primeiro momento contra a reeleição de Ferraço na Assembleia. Ele estará à frente da Casa durante a disputa eleitoral de 2014. Sua aproximação com o ex-governador Paulo Hartung (PMDB) preocupava, já que um poder do tamanho da Assembleia na mão de um aliado do ex-governador, de quem não se sabe o que esperar, poderia ser arriscado para Casagrande.



Mas pelo visto, tudo já foi acertado e cada um está devidamente acomodado em seu espaço.



Fragmentos:



1 – Em entrevista ao Valor Econômico esta semana, o ministro Moreira Franco afirmou: "O partido [PMDB] não tem dono. O militante já entra em seus quadros como major, cheio de opiniões". Ele falava do PMDB nacional, mas...



2 – O movimento político que visa a colocar o deputado José Carlos Elias (PTB) no secretariado de Nozinho Correa (PDT) em Linhares serve para reforçar o bloco contra o atual prefeito, Guerino Zanon (PMDB).



3 – Euclério Sampaio (PDT) e Max Mauro (PTB) devem entrar na Assembleia a partir de 2013 e a classe política começa a ficar de cabelo em pé. Há quem diga que o plenário vai virar nitroglicerina pura.

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