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‘Dê ao povo pão e circo’

O ano novo mal começou e já acumulamos “novidades”, nem tão surpreendentes assim, tais como: alta do dólar, da inflação, nos preços da energia elétrica, dos alimentos, dos serviços e combustíveis, a alta no IOF – Imposto sobre operações financeiras e em alguns outros impostos, sem contar as alterações de direitos trabalhistas, como: seguro desemprego, pensão por morte e auxílio doença. Medidas que impactam diretamente no orçamento familiar.
 
Medidas que visam conter o consumo e buscam frear a alta da inflação.
 
É imprescindível destacar que a educação financeira é um conhecimento que promove a prática do consumo consciente, através do desenvolvimento de hábitos e posturas comportamentais para o bom uso dos recursos financeiros e não vale apenas para disseminar a importância de conhecer, organizar e controlar o orçamento pessoal e/ou familiar, mas serve como base para que todos os cidadãos se tornem aptos para também assumirem, com responsabilidade, a gestão de orçamentos de empresas e organizações públicas ou privadas.
 
Assim como fazemos em família, em linhas gerais e, sem entrar em termos técnicos, o governo também monta o seu orçamento, estimando sua receita, programando os gastos e os adequando à receita, promovendo cortes e adequações para garantir o equilíbrio, ou melhor, buscando o superávit, para assim formar reservas necessárias para saldar dívidas, fazer investimentos, garantir a manutenção e as situações de imprevistos.
 
É em casa, na família, através da educação, incluindo a financeira, que formamos os cidadãos, nossos futuros trabalhadores e também gestores públicos e privados.
 
Tem sido amplamente discutido na imprensa e nas redes sociais sobre os gastos realizados com o dinheiro público para prover regalias a políticos. Comentam sobre a concessão de auxílios como o para moradia e para mudança, da disponibilização de carros oficiais com combustíveis inclusos, além dos gastos com viagens “oficiais” e em tempos de crise.
 
Vale lembrar que os cidadãos promovem alterações em seus orçamentos pessoais e familiares ao escolherem trabalhar em outro estado ou, ao optarem pelo deslocamento para o trabalho em carro próprio ou ainda, se decidirem investir em cursos, treinamentos e congressos, redirecionando receitas para estes fins. Por que há essa distinção? Vale lembrar que a questão é mais complexa do que esta avaliação, mas, cabe uma reflexão.
 
E perante tantas demonstrações do uso do exercício do poder, nós, o povo, ainda desviamos a atenção para as férias, o carnaval… Períodos em que aumentamos os gastos.
 
Ano a ano essa história se repete. Enquanto não passa o carnaval o povo brasileiro parece ficar como que anestesiado. É senso comum de que o ano, de fato, só começa no Brasil após o carnaval, o que lembra o ditado: “Dê ao povo pão e circo”.
 
Além das mudanças citadas, vivemos por aqui dias de sol escaldantes, falta de chuva e, consequentemente, escassez de água e a intensificação do pó preto.
 
O prognóstico parece sombrio, com os avanços nos problemas ambientais, a exemplo das crises hídrica e energética, que tem trazido prejuízos inclusive para a indústria, agricultura e pecuária, elevando assim os preços dos alimentos que, para piorar, ainda ficam escassos.
 
Cenário posto que prejudica o orçamento familiar influenciando para a redução no poder aquisitivo.
 
Vale lembrar que diante das crises surgem oportunidades, a exemplo das pessoas que descobrem a criatividade e passam de espectadores a criadores.
 
Tempo de revermos nossos conceitos, posturas e hábitos, de usarmos a criatividade e de programarmos novas mudanças no comportamento de consumo para assim buscarmos a sustentabilidade.
 

Ivana Medeiros Zon, Assistente Social, especialista em Saúde da Família e em Saúde Pública,Educadora Financeira, membro da ABEF – Associação Brasileira de Educação Financeira, palestrante, consultora, colunista do Portal EduFin www.edufin.com.br

https://sites.google.com/site/saudefinanceiraivanamzon/

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