Deu jacaré na cabeça
O melhor resultado obtido pelo governador Renato Casagrande com as eleições municipais talvez não esteja nas prefeituras conquistadas por seu partido, o PSB, e muito menos na consagração de uma estratégia eleitoral que deu certo. Mas num comando político alcançado por um processo de gravidade, que começou a ser construído desde o dia em que pisou no Palácio Anchieta. Não foi sem esse objetivo que resistiu às pressões do seu próprio partido para desembarcar do governo o pessoal do ex-governador Paulo Hartung (PMDB).
Soube lidar com a impressão de que Hartung continuava com o bastão do poder. Suportou também os chiliques do senador Magno Malta (PR). Pegou uma Assembleia Legislativa acostumada ao comando do ex-governador.
Poucos entenderam o jogo, a ponto de a velha raposa Theodorico Ferraço(DEM) partir para cima dele para tomar de assalto a presidência da Assembleia. Do governador só se ouvia o discurso de que o seu desejo era o de preservar o tamanho de cada partido da coligação que o elegeu.
Hartung foi o que menos acreditou. Assanhou-se e prosseguiu achando que realmente o seu projeto de poder permanecia intacto e agia como tal. Associou-se a Theodorico, querendo fazê-lo o parceiro necessário para encostar o governador Casagrande na parede.
Ou de mote próprio, ou conveniado com o pai e o ex-governador, qual seja a procedência, não logrou êxito o senador Ricardo Ferraço (PMDB), numa proposta de aliança com o governador. Casagrande esquivou-se. A princípio, a esquiva foi entendida pelo proponente como uma recusa por considerá-lo espécie do gênero PH, quando, na verdade, Casagrande preservava o projeto de unidade partidária.
Vem o movimento de Paulo Hartung para ser candidato de consenso à prefeitura de Vitória. Casagrande, surpreende, o apoiando de imediato. Atendia perfeitamente à manutenção do seu projeto de unidade partidária. O PT não entendeu, à exceção do prefeito de Vitória, João Coser, naturalmente. Os demais partidos também não entenderam. Nesse clima o governador foi para a eleição. Foi dando linha e puxando linha. O resultado saiu como ele planejou.
As rédeas do poder estão com ele. Segura por duas fortes mãos. O caminho para 2014 não deixa de ser acidentado. A diferença, porém, é que Casagrande vai percorrer de montaria, enquanto o resto na canela. Hartung pelo meio do grupo, e Thedorico Ferraço bem atrás.
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