Quinta, 28 Março 2024

Direitona x Esquerdalha

É notório que o presidente pratica o diversionismo retórico como método de desviar a atenção da opinião pública. O que vem dando resultado: está todo mundo – todo o mundo! – atarantado com o que vem saindo da boca do homem.  


Como as piranhas que atacam o boi velho lançado na correnteza, a oposição se alvoroça com as conversas fiadas difundidas nas redes sociais da Direita que, organizada como frente de governo, vai tocando a tropa por diante.


Por tropa entendam-se os projetos de lei, as medidas provisórias e as decisões sobre reformas. Já atravessaram o rio a reforma da Previdência e diversas medidas que alteram as diretrizes, normas e regras na educação, saúde, trabalho energia, cultura e meio ambiente. Em oito meses, um desmonte institucional de uma construção de décadas. 


Tudo isso sem falar da política externa, alinhada ao império da América do Norte, que não esconde a intenção de transformar o Brasil numa espécie de protetorado como Porto Rico, Havaí e outros países.


O alinhamento acrítico com os EUA é um grave retrocesso diplomático, ainda mais porque está superada a dicotomia capitalismo x comunismo usada nos anos 1950 como pretexto pelos teóricos da Escola Superior de Guerra para manter distância de países como China, Cuba e Rússia.    


Por falar demais e dizer impropriedades, o presidente está colocando o país em situação desconfortável, internacionalmente. O sojicultor Blairo Maggi já disse que o Brasil será prejudicado como exportador de alimentos se o governo incentivar ou fechar os olhos para os desmatamentos. Foi o primeiro rico a reclamar publicamente. 


Mas nem só de bobagem vive o mandatário supremo. Às vezes, o que sai da boca presidencial faz sentido. É só prestar atenção nas metáforas.


Por exemplo, quando diz que o brasileiro devia cagar dia sim, dia não, ele está sugerindo, por vias transversas, que é preciso administrar a merda ou, seja, canalizar os esgotos. Visão estratégica, portanto.


LEMBRETE DE OCASIÃO


“No Brasil você só tem duas escolhas: desobediência civil ou obediência militar”. Millôr Fernandes

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