Sexta, 03 Mai 2024

Dois pesos...

 

Interessante o comportamento da classe política quando o assunto é dinheiro. Em tempos de extinção do Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias (Fundap) e da ameaça de perdas dos royalties do petróleo, tudo virou motivo para alertas e terrorismo. Ou melhor, quase tudo. Se o que estiver em questão for encher ainda mais os cofres dos nobres representantes do Judiciário, o discurso muda completamente de figura. As declarações do presidente da Assembleia Legislativa, Theodorico Ferraço (DEM/foto), em A Gazeta, nesta sexta-feira (7), são um exemplo claro disso. A Casa recebeu os projetos de reestruturação de carreira e do Pleno do Tribunal de Justiça, o que representará gastos para o Estado de mais R$ 64 milhões até 2014, mas para isso o governo tem verba em caixa, como já tratou logo de dizer Ferração, sinalizando que se depender dele, não haverá resistências à aprovação das matérias. Fora o Ministério Público e o Tribunal de Contas, que também desejam criar mais cargos comissionados e rever salários, e certamente não enfrentarão barreiras. Nesses casos, a fala é mansa e ninguém ousa a “cair matando” em críticas. Contraditório é pouco. E sem disfarce. 
 
Orçamento
Os extras para os órgãos somam-se a repasses que ultrapassarão R$ 1 bilhão a partir de janeiro de 2013, para custeio do Judiciário e TJES – o primeiro levará R$ 311,68 milhões, 16% a mais que este ano, e o outro R$ 823,57milhões, 15% a mais. Já o Tribunal de Contas terá um orçamento de R$ 125,72 milhões –36% maior do que o atual. Tudo com aval da Assembleia.
 
Mais
O Ministério Público, aliás, é sempre “especial”. A intenção de criar novos cargos não é nada tímida, são 90 efetivos e 113 comissionados. Quem vigia o vigia?
 
Abacaxi
A lei que estabelece o 14º salário para os professores da rede municipal em Vitória, ideia do vereador Fabrício Gandini (PPS), foi sancionada. Ato do Diário Oficial determina sua normatização em até 180 dias. Descasca o abacaxi, Luciano Rezende (PPS)!
 
Onde está Wally?
Na solenidade para anunciar o aporte de R$ 3,4 bilhões para o Programa de Desenvolvimento Sustentável do Estado (Proedes), predominaram nos discursos crescimento econômico, arrecadação, investimentos, públicos e privados, infraestrutura, perdas, arrecadação, desenvolvimento, projetos, competitividade e eficiência. A coluna continua querendo saber: onde cabe o termo sustentável?
 
Segue...
O batismo do programa foi para entrar na moda da “onda verde” ou o quê? Avaliando todas as notícias sobre o assunto, os objetivos e propostas, a constatação não poderia ser outra: é a coisa mais sem pé nem cabeça dos últimos tempos.  
 
Sem freio
O deputado estadual Hércules Silveira (PMDB) não perde essa mania de arrumar um jeito para homenagear Deus e todo mundo na Assembleia Legislativa. Qualquer motivo é motivo. A Assembleia liberou geral o oba-oba. 
 
Sem freio II
Não tem muito tempo, havia limite para a realização de sessões solenes. Mas os deputados sempre arrumavam um “jeitinho”, utilizando a cota dos colegas que não são muito chegados à prática. Agora, a moda são as sessões especiais, que nada mais fazem do que homenagear. Só muda o nome. 
 
Devo, não nego...
A Infinity Itaúnas Agrícola (Infisa) conseguiu um contrato de financiamento no exterior no total de 20 milhões de dólares, para aplicar no cultivo e industrialização da cana-de-açúcar para exportação, referentes às safras que vão de 2013 a 2016, nas usinas Destilaria Itaúnas S/A (Disa) – do prefeito Jorge Donati (PSDB), em Conceição da Barra, Alcana (Minas Gerais) e Naviraí (Mato Grosso do Sul). Os produtores rurais do norte do Estado que tomaram calote da empresa vão levar algum?
 
140 toques
“Salário no Brasil cresce duas vezes mais rápido que no mundo,  mas disparidade é abissal. US$ 5,35 por hora no Brasil contra US$ 35,00 na Dinamarca. (Ex-deputado federal Capitão Assumção – no Twitter).
 
PENSAMENTO:
“Para dizer o que vai acontecer, é preciso entender o que já aconteceu”. Nicolau Machiavel

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