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Educação seletiva

O governo do Estado está claramente em uma investida para mexer drasticamente na educação. Mas isso não é exatamente uma proposta positiva. Quando candidato, Paulo Hartung (PMDB) vendia em seu programa eleitoral o programa “Escola Viva” como a solução dos problemas da educação no Estado. 
 
O governador preparou esse campo. Desde que deixou o governo, vinha publicando artigos relacionados à educação tentando se viabilizar como um conhecedor do assunto, embora tratasse do tema sempre de forma bem abstrata. 
 
Ao chegar ao governo, o que se observou foi que o programa “Escola Viva” era apenas um subterfúgio para uma parceria com organizações sociais, com o objetivo de tirar esse gasto do Estado, que é obrigação. Mas não basta entregar o projeto, é preciso que o setor esteja formatado para essa entrega. E é isso que o governo vem fazendo. 
 
Aprovou o piloto na Assembleia, mesmo com o protesto da comunidade escolar, tirou o sindicato da categoria da jogada para desmobilizar os professores, anunciou um concurso cala-boca para desviar o foco e investimentos de R$ 40 milhões na rede, que não dão nem pra metade das reformas que as escolas precisam. Aprovou, também com o amém dos deputados, o Plano Estadual de Educação (PEE), sem qualquer discussão com a comunidade escolar, no afogadilho. 
 
A única pedra no sapato é o deputado Sérgio Majeski (PSDB), que vem insistindo em denunciar as arbitrariedades que vem acontecendo Estado afora nas escolas estaduais. Na verdade o que vem acontecendo é uma depuração. O governo vem fechando as turmas noturnas, que abrigam adultos e adolescentes trabalhadores, impondo goela abaixo da comunidade escolar o projeto em tempo integral, dividindo irmãos em escolas diferentes. 
 
A escola de Hartung não tem nada de democrática. Ela visa ao enxugamento do aparelho para entregar às Organizações Sociais (OS), um movimento que não é exclusivo do Espírito Santo, vem acontecendo também em outros estados. A diferença é que em outros estados, a comunidade escolar está reagindo, ocupando as escolas, denunciando os abusos do governo. 
 
Enquanto vende seu projeto de vitrine, alinhavado com o velho parceiro ES em Ação, o governo do Estado não melhora em nada a educação do Espírito Santo, que deveria ser direito de todos, mas aos poucos tem se tornado privilégio de alguns. 

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