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Eleição e o movimento

Chama a atenção da coluna o posicionamento do presidente da CUT/ES, José Carlos Nunes, que também é vice-presidente do PT no Espírito Santo, que vem à imprensa defender uma mudança de rumo nas discussões interna do partido para avaliar a candidatura de Paulo Hartung como puxador do palanque de reeleição da presidente Dilma Rousseff. 
 
Nunes, que é da corrente lulista no Estado e elo do partido com o movimento sindical, não parece estar aqui defendendo a orientação nacional de prioridade do palanque presidencial. Afinal, as experiências anteriores do PT com o ex-governador mostram que ele nunca foi um grande entusiasta das campanhas presidenciais do partido. Sempre subia no muro na hora de definir seu apoio. 
 
E o que dizer da relação de Hartung com o movimento sindical. Além do achatamento que os servidores públicos amargaram em seus oito anos de governo, a unanimidade política criada pelo peemedebista foi uma das razões para o PT se enfraquecer com os movimentos sindicais e populares no Estado. 
 
O partido saiu da rua, perdeu seu vínculo com os movimentos sociais, deixou de representar os trabalhadores, como seu próprio nome diz. Tudo isso, por causa de algumas lideranças que aderiram a um projeto de grupo, privilegiando a ocupação de cargos e o atendimento das bases dos parlamentares do partido. 
 
Também é por isso, que a bancada defende a permanência no palanque palaciano. Casagrande é do PSB, que tem candidato a presidente da República, também não vai, nem pode, pedir votos para Dilma. Os petistas que querem ficar no palanque dele também estão vendo apenas suas próprias candidaturas, esquecendo-se do propósito maior envolvido que é o projeto do partido para o País. 
 
Neste sentido, nem o palanque de Casagrande, nem o palanque de Hartung servem ao PT capixaba. Mesmo não tendo criado as condições para garantir uma candidatura competitiva ao Palácio Anchieta, a coluna defende que uma candidatura própria seria mais condizente com o propósito da disputa nacional. 
 
Mas para isso o PT precisa repensar seu papel na política capixaba. Voltar a ser um Partido de Trabalhadores, e não apenas mais uma sigla que aposta no pragmatismo puro e simples para manter sua participação na divisão de poder. Já o movimento sindical precisa entender que o PT é um instrumento político de garantia das conquistas trabalhistas no âmbito institucional. Por isso, é preciso cobrar do partido interna e externamente o comprometimento  com a ideologia partidária. 

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