Sábado, 27 Abril 2024

Ensaio sobre a cegueira

Pelo andar da carruagem, os deputados estaduais não devem mesmo tirar do papel a CPI do "posto fantasma". As pressões externas, vindas do Palácio Anchieta, fizeram os joelhos dos parlamentares tremerem. Para se manter no sistema de unanimidade, que envolve além de uma boa chapa de proporcional estar na lista dos bons patrocinadores de campanha, os parlamentares fizeram vista grossa para o que estava acontecendo.



Agora, antes de dormir, cada um dos deputados deve pedir aos céus para que nada mais aconteça, porque está ficando difícil fazer de conta que não estão vendo os rombos que vem surgindo. Mas, ao que tudo indica, a coisa não vai parar no "posto fantasma" e mais problemas virão.



Os deputados também não enxergam os respingos de lama que estão cobrindo o prédio da Assembleia. Silenciada, ela deixa de ter participação em um processo que inevitavelmente vai não vai conseguir conter. Pode fazer de conta que não vê, mas o povo vê. Para sua sorte, parte da imprensa comprometida com o sistema de unanimidade não repercute como deveria as muitas denúncias sobre o governo passado, mas tudo tem limite.



Para quem precisa se reeleger no próximo ano e vem acumulando desgaste após desgaste, a Assembleia está tomando a direção errada. Brigar com vereador só vai dar vitrine para vereador e diminuir ainda mais sua credibilidade.



Ações de cobrança e fiscalização podem viabilizar a reeleição dos deputados. A Assembleia precisa de uma agenda positiva e os deputados de uma posição política consistente para que possam mostrar ao eleitor que merecem ficar na Casa. Até por que há uma parcela de interessados nas cadeiras deles. É melhor abrir o olho, a regra de sobrevivência diz que nunca se deve abraçar quem está se afogando.



Fragmentos:



1 – O ex-vereador Dermival Galvão se disse surpreso com a condenação na Justiça. Disse que as apurações na Câmara de Vitória não foram consideradas nem as declarações posteriores dos envolvidos.



2 – Um projeto aprovado na Câmara de Vila Velha prevê o fim da inauguração de obras inacabadas. Parece óbvio, mas isso virou uma prática nas prefeituras.



3 – Está ficando difícil segurar a rachadura no dique que blinda o governo passado. O rombo nos cofres públicos pode chegar a cifras nunca vistas no Estado.

 

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