Escolhidos a dedo

Não há dúvidas de que a composição da nova Mesa Diretora da Assembleia Legislativa terá como protagonista o governador Renato Casagrande. O fortalecimento dele na Casa nos últimos dois anos de mandato é imprescindível para o caminho que ele terá que percorrer até 2014, quando disputará a reeleição. O destino do pleito passará por esse campo. Com a presidência já definida para o deputado estadual Theodorico Ferraço (DEM), faltará bater o martelo para as outras duas outras funções que pesam nas decisões da Mesa, que são por maioria, a primeira e segunda secretarias. Casagrande vai querer emplacar nomes que sejam interessantes para seus planos políticos, este é o primeiro pré-requisito. O outro é quem tem perfil para compor a Mesa Diretora. Tem deputado que até poderia fazer as honras para o governador, mas não se enquadra. As bancadas já estão alvoroçadas e pipocam especulações. Está nas mãos de Casagrande.

 

Quem mais?

Sobre o retorno à Casa do secretário de Estado de Esportes, Vandinho Leite, deputado licenciado, somente para participar da eleição em fevereiro, e assim garantir os espaços do partido, inclusive na Mesa, chama atenção a fala do atual segundo-secretário, Glauber Coelho, em A Tribuna, nesta terça-feira (27). Ele poderia tentar levar a primeira-secretaria, só que diz não ter interesse. O problema é que falta opção para o PR.

 

Quem mais II?

 

Os outros deputados do partido, Gilsinho Lopes e José Esmeraldo, não têm perfil. Além do mais, hoje são os principais críticos do governo Casagrande. Com uma diferença e tanto: Gilsinho assumiu postura independente, critica com contundência, mas também elogia. Já Esmeraldo faz muita fumaça, mas não incendeia. 

 

Quem mais III?

Vandinho sim seria o nome ideal para Casagrande . O secretário é quadro de confiança do governador e um político forte. Mas à frente da Secretaria de Esportes, que conduz bem, ele tem a visibilidade que precisa para sua candidatura a deputado federal em 2014. Vai para a disputa com muita musculatura e apoios importantes. 

 

Sempre lembrando...

Roberto Carlos (PT) é considerado um deputado que cabe em qualquer lugar. Tem perfil e poderia trocar de cadeira, da primeira para a segunda secretaria. Mas também já foi cotado para assumir secretaria no governo. Até lá, porém, ainda tem muita água para rolar. 

 

Cada uma...

E não é que o PSDB vai mesmo abrir mão da segunda cadeira que poderia ser do partido na Assembleia? O ninho tucano saiu mais fraco do pleito deste ano, não tinha representação na Casa, poderia passar a ter dois deputados, mas se contenta com apenas um, tanto que não vai reivindicar o mandato. E o ex-deputado estadual Paulo Roberto (PMDB) já canta de galo como dono da vaga. 

 

Que coisa...

O Jornal Nacional ignorou a participação do governador Casagrande no ato que reuniu políticos e artistas no Rio de Janeiro, nessa segunda-feira (26), pedindo veto à presidente Dilma na polêmica dos royalties. Apesar de Rio e o Estado serem os principais prejudicados, liderando os protestos contra a medida, Casagrande não foi filmado, entrevistado, nem citado. A matéria apenas informou da participação de representantes do Espírito Santo. 

 

Que coisa II...

O jornal referência no País focou a questão no governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e até no secretário de Energia de São Paulo – estado afetado indiretamente - José Anibal, que representou o governador Geraldo Alkmin. Teve até subprocurador de Justiça do Rio foi entrevistado. Mas nada de Casagrande. Sem a carona do Rio, como ficariam os capixabas?

 

Comissão de frente

Por falar nisso, o senador Ricardo Ferraço (PMDB) conseguiu espaço privilegiado para sair nas fotos do ato. Ao lado de Casagrande, na primeira fileira. Atrás só se vê cabeça entre a muvuca, no meio a do deputado federal César Colnago (PSDB) e a da senadora Ana Rita (PT).

 

140 toques

“O dia 30 derradeiro está chegando! Veta Dilma”. (Ex-deputado federal Capitão Assumção – PSB – no Twitter). 

 

PENSAMENTO:

“A política é como a esfinge da fábula: devora todos os que lhe não decifram os enigmas”. Antoine Rivarol