Espaço ocupado
Dia desses, no ônibus, fui abordado por um senhor, distribuindo um panfletinho. O panfleto assinado por um grupo que se intitula “Famílias Patriotas ES”, defendendo o retorno do regime militar para evitar o que chama de “ditadura comunista”. Ignorando a página mais triste da história do País, afirmam que as forças armadas são instituições permanentes e confiáveis para defender a soberania, democracia e o povo brasileiro.
Essas ideias reacionárias que até há pouco tempo pareciam improváveis de serem retomadas, após a reabertura democrática na década de 1980, voltam com força total. Mas aconteceu e aconteceu porque um flanco foi aberto. A partir do momento em que o movimento sindical saiu da rua abriu espaço para que os reacionários ocupassem um espaço que sempre foi dos movimentos sociais.
Quem se lembra da campanha da CUT contra o desarmamento? Foi feito um plebiscito em todo o País. Quem viu a Central na rua fazendo panfletagem? Quem viu o movimento na rua para conscientizar a população sobre a importância do tema? E o que aconteceu? O armamento passou.
Esse é só um exemplo, o movimento sindical tem se omitido das grandes mobilizações, dos grandes debates. Fora da rua, ele permite que ideias antidemocráticas se fortaleçam. Enquanto o movimento continuar se omitindo esse monstro vai continuar a crescer.
Hoje mais do que defender o governo do PT, o movimento sindical precisa defender a democracia. Ou vai pra rua agora, ou vai ver novamente o País entrar em uma era de trevas. E para quem não se lembra, não será com panfletinhos e manifestações de verde e amarelo que vai se conseguir tirar os militares do poder.
À rua, trabalhador!
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