Etapas

O ex-prefeito de Vitória João Coser parece ser um político que atua em etapas. Depois de deixar a prefeitura, o petista investiu no final do ano passado em uma filiação em massa, conseguiu cerca de três mil novos filiados no final do ano passado. Isso porque a eleição para a presidência do PT é feita por meio de eleição direta, o PED.



Garantindo a base para a conquista do partido, ele agora deixa a presidência da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), sem falar em candidaturas para a disputa do próximo ano. Até porque os cenários nacional e estadual estão muito incertos. A antecipação do debate eleitoral piora a situação e por isso, é preciso muito cuidado nesta hora.



Vencida a disputa interna, Coser terá nas mãos um instrumento para poder negociar o processo eleitoral do próximo ano com mais consistência. Quando diz que deputado federal não vai disputar, deixa transparecer seu interesse na movimentação para a majoritária.



O objetivo de Coser seria negociar com o ex-governador Paulo Hartung sobre seus posicionamentos no palanque de 2014. Até porque, o tripé eleitoral que atuou em 2010 pode até perder uma das pernas, o PSB, mas a aliança entre PT e PMDB está muito fortalecida em nível nacional.



Em debate estarão os cargos de vice-governador e senador, ou quem sabe, se o governador de Pernambuco Eduardo Campos realmente levar a termo a candidatura do PSB à presidência da República, a vaga de candidato ao governo, como alternativa ao palanque de Dilma Rousseff.



O PT nacional não confia em um palanque puxado por Casagrande ou por Hartung ao governo, por isso recorreu à candidatura do senador Magno Malta (PR). Mas se o PT tiver candidatura própria, pode anular uma possível candidatura do republicano.



Mas essa é uma discussão para depois, primeiro Coser se concentra na etapa atual, de conquistar o comando do partido. Há algumas resistências internas, mas se ele conseguir fazer valer a maioria de votos, terá a presidência do partido para comandar as movimentações eleitorais do jeito que quer.



Fragmentos:



1 – Os deputados estaduais republicanos, que estão de saída do partido, acabam adotando um discurso que é muito conveniente para o senador Magno Malta que tenta viabilizar sua candidatura ao governo do Estado. Ao bater no Executivo, enfraquecem Casagrande e fortalecem um palanque de oposição.  



2 – Na Assembleia a discussão sobre a vaga no Tribunal de Contas a ser aberta no próximo mês, parece ser um assunto que vem sendo empurrado com a barriga, para evitar desgastes.  



3 – O PMDB tem hoje três deputados federais: Lelo Coimbra, Rose de Freitas e Camilo Cola. Mas a eleição do próximo ano deve ser difícil para o partido repetir o desempenho de 2010. Na verdade, Camilo é suplente.