Segunda, 29 Abril 2024

Filosofia de vida

Viver os dias consigo, com o outro e com o mundo não é automático. Desde cedo cultivamos aquilo que pode ser vulgarmente chamado filosofia de vida, razões generalizadas e maiores balizadoras das ações.

Podemos dizer que a busca dos porquês é a principal função da filosofia e também que, quando se trata de questões interiores esses porquês são ainda mais difíceis de serem encontrados. Contudo, toda ação tem um porquê que a justifica, mesmo que o praticante da ação não o reconheça. Afinal somos sapientes e, mesmo quando alguém alega que agiu sem pensar, mente. Pode ter pensado pouco, rápido demais, com premissas falsas, sob forte emoção, etc., mas sem pensar não existe ação objetiva.

A ação é como uma flecha disparada, quando consumada não tem mais jeito a não ser arcar com as consequências. Aí é que entra a chamada filosofia de vida, parâmetros prévios, definidos como base do comportamento e regulador automático das ações.

Infelizmente, na maioria das vezes, o arrependimento relativo a uma ação chega somente depois das consequências dela e só pode ajudar enquanto aprendizado que, automaticamente, passa a compor essa tal filosofia de vida ou, pelo menos, deveria.

No mundo em que vivemos, podemos dizer que o nosso comportamento é totalmente fundamentado numa filosofia de vida capitalista. A sociedade ensina que é preciso ser útil e produtivo para si, para a sociedade e para o mundo. Enquanto a felicidade de cada pessoa está sempre ligada à sua saúde social e a frequência em que "ganha" na constante competição.
Podemos considerar a competição intrínseca à vida, se considerada a corrida dos espermatozoides no momento da concepção como o início de tudo. Já a intensidade desse espírito competitivo, passa então a ser pilar importante da filosofia de vida das pessoas. Tem pessoas que só aceitam a vitória e sofrem com a derrota muito mais que o necessário, outras evitam a competição com medo da derrota e outras ainda, estão sempre em busca do empate como medida de harmonização.

Essas competições, se aceitamos que iniciadas na concepção, são amadurecidas na família e vão se consolidando por toda a vida. Então, cada pessoa vai se formando, frente aos modelos de comportamento que lhe são mais próximos e influentes, desenvolvendo então sua filosofia de vida e difundindo-a em seu raio de influência. Na maioria das vezes a característica principal da pessoa é sua filosofia de vida, consolidada nos alicerces de sua formação e transparente em suas ações lhe trazendo os predicativos que acabam lhe definindo.

Expressões como: Fulano é todo certinho ou, sicrano é desleixado, Beltrano é gentil, etc. demonstram que a filosofia de vida desses indivíduos se torna sua marca enquanto pessoa.

Naturalmente tudo isso se expande para uma comunidade, oferecendo também os principais parâmetros para a ética de uma sociedade, ou na expressão em moda, compõe o politicamente correto.

Fica para a reflexão o seguinte questionamento: Até que ponto a ética de onde a pessoa vive coincide com sua filosofia de vida e como ajustar uma à outra sem se perder de si e/ou ferir o coletivo?

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