Sexta, 26 Abril 2024

Fogo cruzado

A vida dos servidores da Assembleia Legislativa não anda nada fácil com a disputa que está sendo travada entre o governador Renato Casagrande e o presidente da Casa, Theodorico Ferraço (DEM). Novamente o bolso dos funcionários do Legislativo foi tratado como "moeda de troca" na discussão sobre a ocupação da cadeira de presidente. Isso não se faz.



A bola da vez foi o abono de R$ 2 mil para os funcionários da Casa, que Ferraço levantou como bandeira. A ideia foi vista nos meios políticos como um subterfúgio para chamar a atenção sobre a possibilidade de Ferraço se reeleger para a presidência da casa.



A prática é condenável, mas desde o início do governo passado, os poderes combinam o valor a ser pago para os servidores do Estado. É condenável porque cada poder tem um orçamento e estrutura próprios, bem diferentes, o que justificaria abonos diferentes. A própria ideia do abono vai de encontro a defesa de uma política salarial, defendida pelos sindicatos. Mas isso é outra história.



Para alguns deputados, Ferraço nunca teve em caixa o valor que queria pagar aos servidores. Teria levantado a lebre só para provocar o Palácio Anchieta. Essa não foi a primeira vez. Quem não se lembra da polêmica gerada em torno da reposição dos 11.98%, que Ferraço advogou em favor dos funcionários.



Acredita-se que se outro nome estivesse à frente da negociação, a situação seria mais tranquila. Mas como Ferraço chutou a porta para ser presidente da Assembleia, o governador fez birra e quis transformar a dívida em precatório.



Enquanto Executivo e Legislativo travam batalhas por poder, os servidores da Assembleia viram moeda de troca e ficam no meio do fogo cruzado de seus agentes políticos. Como há uma má vontade da opinião pública em relação à Assembleia, por conta de sua imagem, que parece, nunca mais será resgatada, fica fácil ficar contra os servidores. Mas jogar com direito dos funcionários da Casa é covardia.



Tomara que com a movimentação que garantiu a reeleição de Theodorico Ferraço para a presidência da Casa, governo e Assembleia cheguem a um denominador comum e as questões administrativas não sejam mais usadas como instrumento político.



Fragmentos:



1 – Depois da votação maiúscula do prefeito de Guarapari Edson Magalhães (PPS) Edson Magalhães, os meios políticos locais acham difícil haver uma mudança no comportamento do eleitorado.



2 – Mesmo não sendo Edson o candidato, seu indicado, provavelmente o candidato a vice, Orly Gomes (DEM), sai em vantagem no pleito. Mesmo se o governador Renato Casagrande subir no palanque de seu aliado, Ricardo Conde (PSB), há dúvidas sobre uma reviravolta.



3 – Um dos muitos recados das urnas foi justamente o fato de que lideranças locais influem no pleito e não as estaduais. Quem deve estar tranquilo, pelo menos em relação a isso, é o presidente da Assembleia, Theodorico Ferraço (DEM), padrinho político de Magalhães.

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