Sexta, 03 Mai 2024

Fora do habitat

Theodorico Ferraço, deputado estadual (DEM) e presidente da Assembleia, é isso mesmo que se viu agora no episódio da ocupação da Assembleia. Primeiro ele acariciou a rapaziada do OcupaAles, como um paizão, e depois chamou a polícia para descer o pau neles, além de descumprir um acordo que assegurava o acesso à discussão do decreto legislativo, que propunha o fim da cobrança do pedágio da Terceira Ponte, de iniciativa do deputado Euclério Sampaio(PDT).
 
Foi com essa mesma tática do “alisa e bate” que ele se firmou na política de Cachoeiro de Itapemirim, no sul do Estado. O eleitorado por lá chega a ser dividido entre os que são contra e a favor de Ferraço. E não é de agora. Isto tem mais de 40 anos. Com essa divisão no eleitorado, ele acumulou inúmeras vitórias. A mais emblemática foi quando ele tomou a prefeitura das mãos do PMDB.
 
Ao se transportar para a política estadual, ele foi bem inicialmente. Conseguiu chegar à presidência da Assembleia com apoio da totalidade dos deputados estaduais. Ganhou o funcionalismo da casa. Desfrutou da chamada unanimidade, dando até e entender que poderia repetir o sucesso de Cachoeiro de Itapemirim.
 
Isto durou muito pouco tempo. Hoje, poucos deputados ainda estão ao seu lado. Agora mesmo, nesse episódio da votação do pedágio, mais de 20 entidades sociais assinaram uma dura nota de repúdio. Ele é acusado pelas entidades de não cumprir o acordo, impedindo que a população acompanhasse a sessão.
 
A realidade é que o seu método de fazer política não bateu por aqui. Ou seja, Ferração não é um político estadual. Seu mundo político se restringe mesmo à “capital secreta”. Só que ele é o presidente da Assembleia, e como tal, tem presença assegurada no universo da política estadual pelo menos até 2014, ano eleitoral, quando termina seu mandato de mandatário do legislativo estadual.
 
O que força a existir uma relação continua com ele, mesmo que impere esse clima de desconfiança. Obriga, pelo seu estilo de “acariciar e bater”, leituras mais diversas sobre situações que ele cria e administra como presidente da Assembleia. 
 
Desperta desejos em alguns observadores políticos vê-lo depois de findado seu mandato. Deve restar-lhe tomar o caminho de volta ao seu território político de origem.
 
Ferração não vingou por aqui.

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