Fragmentação na política
As nuvens políticas do momento indicam tendência de fragmentação das forças políticas. As manifestações nas ruas e na internet provocam mudanças de posturas e de discursos e induzem tentativas de renovações e de mudanças de posicionamentos. Tudo somado, é uma espécie de freio de arrumação, de luta pela sobrevivência política e de emergência de novos atores políticos. Tudo resultando em fragmentação de eixos e campos políticos.
Sintomaticamente, esta possível tendência de fragmentação se dá em vários estados e no plano nacional. Quem era franco favorito para as sucessões presidencial e estaduais de 2014 não é mais. Quem não era, pode passar a ser. E sem falar que fatos novos e candidaturas novas ainda podem aparecer em vários lugares. Hoje, várias pesquisas de opinião indicam grande possibilidade de alienação eleitoral e/ou de produção de candidaturas-surpresas em 2014.
A rejeição acentuada (seria transitória ?) dos políticos em geral, principalmente os “com-mandatos” parece produzir um paradoxo: a proliferação de candidaturas para a presidência da República e para as governadorias dos estados. Assim, seria a própria conjuntura política que estaria levando as forças políticas à fragmentação como forma de captura dos votos válidos e como alternativa de sobrevivência política. O corolário desta movimentação, é claro, é a diminuição das grandes alianças eleitorais e coalizões governamentais. E a tendência de realização de segundos turnos nas eleições, bem como a tendência de coalizões governamentais menores e, portanto, mais instáveis e mais propensas ao enfrentamento do contraditório e do embate político.
Tomemos os exemplos do Espírito Santo e do Brasil. Em ambos os casos, a tendência é de forte fragmentação. Nem a presidente Dilma, nem o governador Casagrande, são mais francos favoritos para as suas respectivas sucessões.
O ronco das ruas reverteu drasticamente as expectativas de poder. No plano nacional, mesmo se melhorar a sua “performance” no manejo da política e da economia, a presidente Dilma vai enfrentar grande competição política até às eleições e depois. Com uma clara tendência, hoje, de segundo turno nas eleições e de dificuldades posteriores para formação de maioria de governo. Forças fragmentadas.
No Espírito Santo, também o governador Renato Casagrande enfrenta uma quadro de fragmentação política. Fragilizadas, as forças políticas precisam ir para a disputa para sobreviver e acumular forças. Não dá mais para ir na base do tudo junto e misturado. Isto poderia aumentar a alienação eleitoral e as rejeições. Paradoxos gerados pelos roncos das ruas....
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