Quarta, 24 Abril 2024

Frutos eleitorais do desfile

Vários são os meios utilizados pelos políticos para aumentar a visibilidade ao grande público, o desfile cívico-militar do Dia da Independência entre os mais valiosos. Neste 7 de Setembro, o prefeito Luciano Rezende (Cidadania) voltou a sorrir com o retorno do evento a Vitória, depois de quatro anos de castigo imposto pelo então governador Paulo Hartung, que, por puro capricho, decidiu levar o desfile para outros municípios. 



Nem por isso, no entanto, o prefeito vai poder ostentar o sorriso de forma duradoura. Isso ocorre porque, encerradas as comemorações, o retorno à labuta diária das articulações políticas pode colocá-lo em uma situação um tanto incômoda com o aliado Renato Casagrande, quando o assunto envolver as eleições de 2020. 



No ponto central da questão, os deputados Sergio Majeski (PSB) e Fabrício Gandini (Cidadania) e o vice-prefeito, Sérgio Sá (PSB). Pré-candidatos à sucessão de Luciano Rezende, os três embolam as articulações, que começam a gerar vertentes que desagradam ao governador, a maior delas os acenos a Paulo Hartung de Gandini e do prefeito, segundo informações de bastidores, que poderiam fortalecer a pretensão de Majeski.



Até agora, Majeski foi mantido à distância do círculo de influência do Palácio Anchieta, fechado para ele em 2018 com o impedimento à sua candidatura ao Senado, que favoreceu o então candidato e hoje senador Marcos do Val, à época um desconhecido. O fim do isolamento de Majeski, cuja posição de independência incomoda o Palácio Anchieta, representaria um elemento agregador precioso, considerando os 47 mil votos, o mais votado no Estado nas últimas eleições.  



Esse quadro, de acordo com os meios políticos, já estaria em construção, principalmente para barrar os avanços do grupo do PRB, do deputado federal Amaro Neto e do presidente da Assembleia Legislativa, Eick Musso, dirigentes estaduais do partido, que miram a Prefeitura de Vitória em 2020 e o governo do Estado em 2022. Os dois estão em plena movimentação, na Grande Vitória e no interior, e não foi sem motivo que Musso inaugurou, semana passada, a Casa do Vereador nas dependências da Assembleia.   


Bolsonaro



Em Brasília, ao lado de dois poderosos empresários da área de comunicação, Sílvio Santos, do SBT, e Edir Macedo, da Record, mais valioso pelo valor agregado representado pela fé, comercializada pela Universal, o presidente Jair Bolsonaro surfou nas comemorações do 7 de Setembro. Cercado por generais, ministros e bajuladores, investiu pesado para melhorar a colocação no ranking de aceitação popular, em viés de baixa vertiginosa. O custo estimado do desfile beira a casa de R$ 1 milhão. 



Os recursos foram utilizados na preparação de palanques, painéis, peças publicitadas com o slogan “Vamos valorizar o que é nosso", apesar da primazia e subserviência demonstradas aos Estados Unidos, e um vídeo de um profundo mau gosto no qual aparecem ministros e populares entoando o Hino Nacional, sem qualquer senso de harmonia. Uma marca do atual governo, vale ressaltar. 



Todo esse esforço, segundo se afirma no mercado político, deve resultar em frutos apodrecidos, considerando a desafinação do Bolsonaro e de sua equipe para com a gestão pública. Um desastre.  

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