Sábado, 20 Abril 2024

Hartung, o infiel

 

Não é novidade para ninguém que o ex-governador Paulo Hartung troca de partidos que nem troca de meias. Desde que surgiu na vida política, já passou por cinco partidos: PCB, PMDB, PSDB, PPS, PSB e de volta para o PMDB.
 
O problema não é somente o fato de Hartung ser um tanto “volúvel” em matéria de partido, pesa também a maneira quase sempre nada ética que ele pulou de uma sigla para outra. Como não podia ser diferente, ele ficou com a fama de infiel. 
 
Recentemente, o ex-governador deu mostras que a pecha de partidário infiel não o incomodava. Após decidir que participaria das eleições deste ano, Hartung preveniu: “Já adianto que posso estar em movimentação de partido político que não seja o meu. Isso é normal Brasil afora”, declarou ao jornal A Gazeta na ocasião em que anunciou apoio ao candidato Edson Magalhães (PPS), que disputa a reeleição à prefeitura de Guarapari. Hartung não teve nenhum constrangimento de declarar apoio a Magalhães em detrimento do candidato Ricardo Conde (PSB), que está coligado com o PMDB. 
 
Para justificar o ato de infidelidade, Hartung disse que estava “livre, leve e solto” para subir no palanque de quem bem entendesse. À época, ainda justificando o apoio a Magalhães, alegou que apoiaria “bons candidatos”, independente da coloração partidária. 
 
É oportuno lembrar que de 2008 para cá Hartung mudou de ideia. Na última eleição em Guarapari o ex-governador apoio a candidatura do ex-deputado estadual Rodrigo Chamoun (PSB) contra justamente Edson Magalhães, a quem hoje declara apoio irrestrito, apesar de o candidato colecionar um caminhão de processos na Justiça. O que o torna um candidato não tão bom assim, como insiste em fiar Hartung. 
 
A infidelidade de Hartung foi concretizada na propaganda eleitoral obrigatória veiculada na TV nessa segunda (27). No programa, Hartung aparecia ao lado de outros infiéis – senador Ricardo Ferraço e o deputado federal Lelo Coimbra (ambos do PMDB) – pedindo votos para Magalhães. 
 
A coligação do candidato Conde, porém, achou que a ousadia do trio peemedebista passou do limite e resolveu acionar a Justiça Eleitoral. Com a lei (art. 54 da lei 9.504/97) na ponta da língua, o juiz mandou tirar o programa dos infiéis do ar, sob pena de configuração do crime de desobediência. 
 
No mesmo dia o programa foi editado com imagens de Magalhães fazendo campanha. No lugar das imagens do ex-governador, foi exibida uma tela azul com a frase: “Horário reservado à propaganda eleitoral gratuita”.
 
Mais cedo ou mais tarde alguém teria que avisar a Hartung que infidelidade partidária tem limite. O juiz eleitoral de Guarapari cumpriu bem essa missão.

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