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Inversão de papéis

Assim como na esquerda, a direita também tem suas correntes de pensamento. Mas do lado de lá, é mais fácil: manda quem tem dinheiro. No caso da esquerda isso é mais difícil porque depende do convencimento no debate democrático. Pelo menos é assim que deveria ser.

Essa lógica da esquerda se espalha, ou deveria, para dentro dos movimentos sociais e sindicais. As trocas de comando e as linhas de atuação devem seguir a lógica da busca de consenso ou da vitória no debate de ideias.

É claro que o simples debate entre as partes não resolve. É preciso uma mediação desse embate. Para isso surgiu a Central Única dos Trabalhadores (CUT). Ela é que disciplina a atuação dos sindicatos, ameniza os conflitos e orienta as escolhas.

No Estado, observamos uma atuação da CUT que se afasta dessa lógica. Tanto no sindicato dos Rodoviários quanto no dos Vigilantes está sendo iniciado o processo de eleição e há chapas de oposição nos dois sindicatos, mas a Central já escolheu seu lado nas duas eleições, apoiando as chapas da situação.

Não deveria a CUT promover o debate mais amplo dentro desses sindicatos, mediando essas movimentações? Ou, dada as realidades conhecidas dentro das entidades, não deveria apoiar a oposição? Mas não está fazendo isso.

Aliás, há algum tempo a CUT vem mostrando um desvirtuamento de sua função. O aparelhamento da Central por tendências petistas tem dado à Central a prioridade de disputa pela manutenção do poder interno em vez de cumprir sua função de Central. O resultado disso é o esvaziamento da CUT. Muitos sindicatos já deixaram de ser cutistas e o futuro não é promissor.

Parece que o PT não está sabendo lidar com a lógica da maioria. Se a corrente majoritária é quem manda no País, por que essa ideia não chegou à Central? Se a CUT mantiver essa cultura vai acabar se desidratando mortalmente. Ela também não tem contribuído para a formação política de seus filiados, diminuindo a representação institucional dos trabalhadores.

Então, para que ou para quem tem servido a CUT? É hora de repensar o papel da entidade e mudar os dispositivos de escolha de seus dirigentes e um novo estatuto que não permita a perpetuação do poder. É hora de mudar. 

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