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Jogo truncado

A classe política segue estática, como vem fazendo desde o início da década passada, quando o governador Paulo Hartung (PMDB) chegou ao governo do Estado. O peemedebista, por sua vez, se mantém em silêncio e fazendo movimentos secundários para se cacifar para a eleição do próximo ano. Mas merece destaque um jogador que aceitou o desafio e se colocou do outro lado desse complexo tabuleiro de xadrez.
 
A avaliação do mercado político é de que o ex-governador Renato Casagrande (PSB) está cada vez mais distante do processo político, sem condições para enfrentar o candidato do Palácio Anchieta ou próprio Hartung. Há quem diga que o socialista, no máximo, tem fôlego para disputar uma cadeira na Câmara dos Deputados. Mas será isso mesmo?
 
O silêncio de Casagrande parece ser estratégico e preocupa, sim, o governador Paulo Hartung. Nesse tabuleiro político, um movimento antecipado pode significar fim do jogo. Expor suas peças é uma movimentação arriscada e é preciso estudar muito bem os movimentos do adversário. E esse parece ser o jogo de Casagrande.
 
Casagrande tem muitas dificuldades para 2018, é verdade. Mas Hartung também tem. O socialista tem com um partido desgastado e uma movimentação oscilante do principal aliado, Luciano Rezende (PPS), que pode querer pular etapas, visualizando a disputa estadual já no próximo ano. Isso sem falar da delação da Odebrecht, que colocou Casagrande como o articulador de recursos de “caixa dois” nas campanhas de 2010 e 2012.
 
Casagrande não tem um capital político muito forte, depois da derrota de 2014, e precisa se fortalecer politicamente, parece esperar que o desgaste de Hartung lhe traga esse fortalecimento e isso é um erro. Precisa se movimentar muito mais.
 
O governador Paulo Hartung tem duas crises para tentar fazer o eleitor esquecer: a da segurança e a da delação da Odebrecht. Nos partidos da base há incêndios internos constantes que podem prejudicar os alicerces de seu palanque, também tem que lidar com falta de espaços para se acomodar. Projetou um voo muito alto e agora precisa reajustar seus planos.
 
Os dois se observam e, provavelmente, só devem tomar uma decisão no frigir dos ovos, em abril de 2018. Até lá o restante da classe política assiste a uma modorrenta partida em que os dois jogadores sabem que qualquer jogada antecipada pode significar a vitória do oponente.
 
Fragmentos:
 
1 – Os secretários de Estado Octaciano Neto (Agricultura), Eugênio Ricas (Controle e Transparência) e Júlio Pompeu (Direitos Humanos) são os nomes que estão sendo trabalhados pelo governo para voos políticos. Octaciano está um passo à frente, mas Ricas busca recuperação, com estratégia de mídia.
 
2 – O governador Paulo Hartung (PMDB) faz nesta sexta-feira (2) sua segunda aplicação de BCG na bexiga, dando sequencia ao tratamento de combate a um câncer. O tratamento vai bem e não tem impedido as atividades políticas de Hartung. Nessa quarta e quinta, ele cumpriu agenda no interior do Estado.
 
3 – Os parlamentares se dividem sobre a questão do foro privilegiado para parlamentares. De fato, a questão é controversa. Por um lado o foro protege as autoridades de eventuais perseguições do Judiciário, por outro blinda a classe política de prisões por crimes graves.

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