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Jogo zerado

A semana foi marcada por uma série de medidas tomadas no âmbito institucional para tentar arrefecer a temperatura das ruas. No Congresso Nacional a rejeição à PEC 37; e no Estado as manifestações de lideranças políticas em favor do fim do pedágio da Terceira Ponte mostra uma tentativa de aproximação à pauta das ruas.
 
Mas a reação radical dos protestos não só no Estado mas em vários pontos do País, mostra que a coisa já superou a ideia de exigir mudanças pelas vias institucionais e que os discursos encampados pelos políticos não estariam agradando os manifestantes. Enquanto buscam um rumo no discurso, as movimentações partidárias praticamente foram paralisadas. 
 
O jogo zerou e a situação que parecia caminhar para uma definição muito antecipada do pleito do próximo ano pode ter uma configuração totalmente diferente do que vinha se costurando. Primeiro, que se a reforma política vier a efeito mesmo, um dos pontos que mais chama atenção, é o do voto distrital. 
 
Essa ideia colocaria areia nas expectativas das lideranças, assim como mexeria no tabuleiro eleitoral tanto majoritário quanto proporcional. Em vez das contas confusas das coligações, o voto distrital mudaria a forma como se escolhe um candidato no País. Ainda será preciso escolher qual a melhor forma de votação.
 
E tudo tem de ser feito antes do pleito de 2014. Mas será que dá tempo? Se não der, e o sistema permanecer do jeito que está, proporcional. Haverá uma corrida de última hora para buscar acomodação nas chapas que vão disputar a eleição do ano que vem. Isso para os Estados, que assim como o Espírito Santo, terão redução de vagas na Câmara e na Assembleia Legislativa, torna a coisa ainda mais caótica. 
 
Freia-se também as discussões sobre os palanques majoritários. A discussão sobre a possibilidade de haver financiamento público de campanha, aquele que todo mundo nos meios políticos acha lindo, mas no fundo ninguém quer. 
 
Nacionalmente, o sistema é de coalizão das forças políticas em torno do governo federal e de unanimidade partidária no Estado, que ficaria comprometido, já que os partidos se unem dessa forma justamente para conseguir um bom financiamento de campanha para seus candidatos, impulsionados pelo puxador de votos do palanque. 
 
Por isso, há um clima de suspensão no ar. Todos observam as movimentações, torcendo para que as respostas dadas pelo Congresso consigam acalmar os anseios populares, mas aparentemente, a luta continua nas ruas e não é exatamente uma mudança no sistema eleitoral que a população deseja.

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