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Lá vai o bom velhinho     

Boas intenções para o ano novo ficam oficialmente transferidas

Nascemos com os dias contados, tal como a divisão de tempo que chamamos de calendário – nome inspirado nas calendas dos romanos. Mas o primeiro calendário apareceu na Mesopotâmia, lá pelos idos de 2700 A.C. Era um calendário lunar, com os meses começando na lua nova. Não funcionou porque tinha apenas 354 dias. Se eu estivesse lá, teria sugerido esse lapso off-calendário: como uma data festiva: ninguém trabalha, só comemorações. 

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Como tudo na esfera celeste é um mistério para nossa extratosférica ignorância, eu talvez estivesse lá, mas ninguém me deu ouvidos. Não me deram ouvidos também quando eu sugeri que…bom, deixa pra lá. Vamos encarar o futuro, que o passado é leite derramado. Mas nessa coluna nada se perde, tudo se transforma, e o gato se refestelou.  Mas cadê o gato?

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Os egípcios criaram o primeiro calendário solar: mais preciso, já com 365 dias. O mundo moderno adotou o calendário gregoriano sob a égide do Papa Gregório. Não entendo como o Trump ainda não mandou criarem um novo calendário oficial com o nome dele, provavelmente mais antiquado, para as gerações futuras não se esquecerem de sua grandeza. Quero dizer, a dele. Vou mandar um email, lembrando. Se o Papa morrer primeiro, já se sabe quem será o próximo HABEMUS PAPA! 

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E assim vamos nos aproximando de mais um ano nas engrenagens da máquina do tempo, essa exata sucessão de dias e noites – sol e lua, empurrando a vida para o ano seguinte. Neve no norte, praia no sul, furacão e maré mansa. Só mesmo Camões: “Quem cerca esse rotundo globo e sua superficie tão limada é Deus, mas quem é Deus ninguém entende, que a tanto o engenho humano não alcança”. Grande bardo!

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No apagar das luzes do dia 31, brindamos nossa santa ignorância com champagne e fogos de artifício. Três uvas, três pulinhos, um abraço, um amasso, um prato de lentilhas. As boas intenções para o ano que chega ficam oficialmente transferidas para o ano que virá substituí-lo. Quem viver, verá. No dia seguinte, tudo como dantes no quartel de Abrantes: sol e lua, neve aqui, que calorão ali! Feliz você em 2026!

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Lá vem o bom menino! Alguém me bate à porta à meia-noite do dia 31. Muito estranho! Olho pelo olho mecânico da referida porta e vejo um bebê prematuro, ainda atado ao cordão umbilical como um astronauta atado à nave espacial dançando no espaço…tão bonitinho! Mas não abro, que cautela e bolo de aniversário não engordam. Melhor esperar mais um ano…feliz você em 2027!

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