Lenha na fogueira
É interessante como esse povo político gosta de ser enrolado pelo ex-governador Paulo Hartung (PMDB): ele foi no ex-prefeito da Serra Sérgio Vidigal e fez a cena que seria o próximo a integrar o PDT. Como de hábito, deu ciência ao governador Renato Casagrande. Antes que a plateia de incautos políticos digerisse a jogada, ele pousava, ao lado vice-presidente Michel Temer (PMDB), na companhia do senador Ricardo Ferraço (PMDB), como ungido para garantir o palanque da presidente Dilma Rousseff no Estado. Ditou até a chapa: Ferraço para o governo, ele para o Senado e o vice ficaria com o PT. Para confundir ainda mais, surge na imprensa corporativa mostrando-se afinado com Casagrande. Como habitualmente ninguém confia nas suas estripulias, pela sua multiplicidade, vai inibindo os demais, como se fosse gás de pimenta nos olhos.
Vítimas
Entre elas encontra-se o próprio governador Renato Casagrande. À essa altura do jogo, é obrigado a sustentar sua candidatura dentro das ofertas de PH. A mais interessante seria a que casa sua candidatura ao governo com a dele para o Senado.
Vítimas II
Mas a que preço? Em política, poder costuma ter preço. No bom sentido, é claro. O governador já conhece os preços de PH. É só olhar a maciça presença de hartuguetes no seu governo. Algo que me diz que Casagrande já deve imaginar o seu custo.
Humilhante
Há um comentário a fazer quanto o tratamento dispensado ao PT. Quando fala da fórmula que inclui o PT, oferecendo a vice para segurar o palanque de Dilma, ele trata o PT como um partido em declínio, precisando de reboque.
Humilhante II
O pior de tudo é que o PT não reage ao ser incluído numa jogada contrariando seus próprios interesses. Não há no partido quem não esteja interessado em ir com a candidatura do governador Renato Casagrande. Não só por segurança política, mas por se tratar também de alinhamento ideológico, embora hoje não tão presente como antes.
E o PMDB?
Que segurança PH tem para tratar de sucessão em nome do partido? Já foi o tempo em que o presidente regional da sigla, deputado federal Lelo Coimbra, comandava o PMDB em nome dos interesses dele, quando não se ouvias as vozes dos insatisfeitos.
E o PMDB II?
A caneta de PH não tem mais tinta. Agora é no papo, na formulação. O que, convenhamos, ele sabe fazer bem. Mas são outros tempos, não mais como governador. Pelo que Hartung que fazer com o palanque da Dilma, a dificuldade será a própria presidente. Ela já viu o ex-governador descumprir o compromisso em apoiá-la.
E o PSDB?
Hartung instigou o PSDB a lançar um candidato ao governo. O ninho tucano foi na dele e promete ser a sua próxima vítima. Pois PSDB não dá liga com PT. A não ser como refugio, no caso das fórmulas aventadas acima falharem.
PENSAMENTO:
“A vida copia a arte”. Jean Cocteau
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