Sexta, 03 Mai 2024

Liberdade e autonomia

As duas maiores lutas dos movimentos populares dos últimos tempos foram a estabilidade para o funcionário público e autonomia sindical. Hoje vamos falar de autonomia sindical. O movimento sindical que sempre foi controlado pelo Estado desde a “Era Getúlio Vargas”, que criou a CLT e amarrou a classe trabalhadora, com um item muito simples: a unicidade sindical.



Foi criado, na época, o imposto sindical, que fez essa liga. Esse imposto continua amarrando o movimento até hoje, e a briga pelo fim dele, continua forte. É o imposto que garante a manobra dos atuais dirigentes.



O movimento lutava por liberdade e autonomia. A diferença entre os dois termos é que a liberdade é feita pela unidade, que garante a reunião dos trabalhadores em qualquer lugar, sem imposto. Mas há também a unicidade que rege as entidades regionais, e aí sim, temos a figura do imposto e do sindicato por região.



A autonomia é o direito do sindicato em aplicar suas verbas como quiser, mas esse recurso tem de ser levantado pelo próprio sindicado, isso quando falamos de unidade. Na unicidade figura o imposto compulsório. O problema está na forma como as coisas são conduzidas dentro do sindicato.



Muitos sindicatos confundem liberdade com libertinagem. O Sindicato dos Rodoviários do Estado prepara sua eleição de uma forma muito estranha. Publicou um edital de convocação para eleger a comissão eleitoral, mas que dá plenos poderes ao presidente do sindicato para conduzir a eleição.



O edital publicado já anuncia o estatuto para reger a eleição, registrado em cartório com as alterações feitas em assembleia em dezembro passado, mas não há modificação alguma em relação ao estatuto antigo.



Essas distorções acontecem porque os dirigentes dos sindicatos não dão o devido valor a essa coisa cara ao movimento que se chama liberdade. É preciso saber que ela sempre vem acompanha de responsabilidade. Nesse caso, com uma categoria que precisa ser valorizada, não só no que diz respeito à pauta de reivindicação salarial, mas também à melhoria de sua condição de trabalho e na excelência do serviço prestado, afinal estamos falando de transporte público. Um serviço que atende à população como um todo.



A coluna defende que os sindicatos tenham total liberdade, livres do imposto sindical, que afrouxaria as amarras dos sindicatos ao governo. É preciso, porém, que as categorias fiquem atentas ao que os seus dirigentes estão fazendo com essa liberdade. Isso não vale só para os sindicatos que atendem à iniciativa privada. Os servidores públicos devem também se atentar para os motivos das paralisações, principalmente, nas áreas de saúde e educação.



Ou se muda a forma de pensar o movimento sindical ou de nada vai adiantar tanta luta por liberdade e autonomia.



 

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