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Manda quem pode?

Com a manobra que sepultou o blocão entre essa segunda (15) e essa terça-feira (16), especulou-se nos bastidores que os deputados desertores seriam beneficiados com cargos e afagos do governador Paulo Hartung (PMDB), que desde o início da atual legislatura tem agido com usura na negociação com os parlamentares. Afagos pode até ser, mas o que se sabe é que o que foi prometido foi muito pouco ou quase nada. 
 
Sobrou foi bronca. Hartung voltou das pequenas férias decidido a reassumir as rédeas. Chamou os deputados em seu gabinete e distribuiu desaforos. É claro que cada deputado teve um tratamento específico, mas ao que parece quem tentou usar a manobra para conseguir encaixar seus aliados em carguinhos, saiu, quase que na totalidade, de mãos abanando. 
 
Houve um afago aqui, outro ali, a abertura para que deputados que têm quase todas as suas demandas dependentes da interlocução com os secretários pudessem conversar mais. Mas de efetivo mesmo, nada.  Hartung relembrou os tempos em que era chamado de imperador nos meios políticos e mandou desmanchar o blocão. Ao que parece, ele ainda tem um grau de influência, embora nem chegue perto do que foi no passado. 
 
Mas a sessão desta quarta-feira mostrou que alguma coisa mudou. Os deputados da base tentaram reforçar a imagem do governador, rasgando elogios, os independentes fazendo críticas, apresentando emendas e no ar um resquício de que o processo de retirada de assinaturas do requerimento do blocão não foi nada tranquilo entre os deputados. 
 
A ordem do Palácio, porém, parece ter sido para que os palacianos puxassem o freio de mão. O governo não tratorou nada. Ouviu as demandas, acatou emendas, até de Sergio Majeski (PSDB) e aceitou sugestões de Enivaldo dos Anjos (PSD). 
 
O governo pode até ter saído vencedor da manobra, mas sabe que pegou mal. Além disso, acabou trazendo para o jogo o presidente da Assembleia Theodorico Ferraço (DEM), que deixou clara a tentativa de manter a espada no pescoço do governador, podendo a qualquer momento reacender a discussão sobre a formação de um tão temido blocão.
 
Fragmentos:
 
1 – Pelo jeito vai durar pouco essa história de José Esmeraldo (PMDB) na base do governo. Nesta quarta-feira (17), ele chamou a atenção do líder do governo Gildevan Fernandes (PV), que estava conversando durante o seu pronunciamento.
 
2 – E por falar nele, Esmeraldo Soltou mais uma de suas frases fantásticas: “Eu sou madeira de dar em doido. Sou cipó de amarrar maluco”, disse o deputado na sessão ordinária. 
 
3 –  O trabalho de desmobilização do blocão foi tão desesperador para o Palácio Anchieta que o líder do governo ligou para um deputado pendido a retirada de assinatura do documento que o parlamentar nem havia assinado. 
 
 

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