Domingo, 19 Mai 2024

Mas que eles existem, existem

Quem já viu fantasma, político honesto, amor eterno e disco voador, sabe disto. Quem vê grandes conspirações até em esconde-esconde de criança sabe muito bem que o governo americano dá sempre um jeito de esconder tudo de todos. As mortes dos Kennedys, da Marylin Monroe, do Steve Jobs, do Elvis Presley, do Tancredo Neves, do Juscelino Kubitscheck, do Salvador Allende, do Hugo Chaves, foram todas resultado de grandes conspirações tramadas pelos ianques-go-home.
 
Mesmo assim, essa semana o país comemorou em bom estilo a queda de um disco voador que todo mundo presenciou numa noite enluarada na cidade de Roswell, Novo México, em 1947. Como assim, se o governo jura que todos os objetos voando nos céus foram fabricados por eles?  E como sempre acontece com os fatos realmente interessantes, as explicações oficiais e populares jamais coincidem.
 
 
Quem acordou com o barulho diz que um UFO - objeto-voador-não-identificado – caiu em um  rancho perto da cidade, cheio de alienígenas!  Os ufologistas de plantão aderiram a essa versão, dizendo que os ocupantes foram todos capturados e mortos, e os militares,  com a eficiência que tinham outrora, camuflaram tudo. O governo, com a eterna mania de simplicar o complicado, só complicou ainda mais as coisas.
 
 
Pela manhã o oficial Walter Haut, da Força Aérea de  Roswell, comunicou à imprensa que uma aeronave espacial – existe aeronave não espacial? - foi recuperada na região. À tarde, ânimos acalmados,  o Comandante Geral corrigiu a notícia: o objeto era um balão metereológico experimental de vigilância militar, top-secreto. A  versão do governo foi aceita, por soar mais apropriada  para o bem estar e a tranquilidade do público, e o caso foi esquecido.
 
 
Caiu das nuvens outra vez em 1978, quando o físico e ufologista Stanton Friedman entrevistou o major Jesse Marcel,  que participou da operação de resgate em 1947. Marcel disse que o objeto que caiu foi um UFO, e os militares encobriram tudo.  A comunidade ufológica ficou eufórica! Em 1980, a respeitada revista National Enquirer entrevistou Marcel, atraindo atenção nacional para o caso. Outras testemunhas do incidente falaram de uma grande agitação militar no local, e que houve intimidação de testemunhas.
 
Entra em cena um agente funerário, Glenn Dennis, narrando em detalhes as autópsias que fez em corpos alienígenas na base de Roswell. Uma investigação interna foi imediatamente determinada pelo governo, que, tal como as nossas, nada concluiu de interessante. A história de corpos alienígenas era apenas uma combinação ingênua de lembranças envolvendo acidentes militares com teorias fantasiosas de invasões extraterrestres. 
 
Como não devemos esquecer que o termo alienígena se refere também a imigrante, o que houve provavelmente, foi uma invasão de mexicanos ilegais e indesejados, correndo atrás do sonhado way-of-life americano. Que, em 1947, era mesmo de causar inveja.

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