Segunda, 29 Abril 2024

Nada a comemorar

Nesta quarta-feira acontece mais um 1º de Maio, data em que a classe trabalhadora comemora as conquistas e relembra o início da luta. A data retoma a 1886, quando os trabalhadores de Chicago, nos Estados Unidos, tomaram as ruas na luta pela redução da jornada de trabalho. De lá para cá, muitas outras conquistas foram adquiridas, mas o capital também aprimorou sua dinâmica de manutenção da mais valia.



Na semana passada, a coluna tratou da intervenção do governo do Estado na função da central sindical, ao negociar a sua maneira com os sindicatos do setor público. Dessa intervenção, surgem anomalias que passam despercebidas pela classe política.



Uma delas é a famigerada Parceria Público-Privada, uma forma que o capital encontrou de terceirizar o serviço público. No setor de saneamento, a coisa é gritante. Seja o serviço oferecido pela Cesan, na Grande Vitória e dos Saaes, no interior.  O serviço é prestado por empresas privadas em parceria com os governos estadual ou municipal e nem sempre, ou quase nunca, tem a qualidade esperada pela população.



No geral, a privatização abre um perigoso caminho para a corrupção e majoração do serviço público. Se fosse um serviço público, poderia até terceirizar, mas na condição que se dá, já parte para a quarteirização, geralmente com mão de obra barata e serviço questionável.



Enquanto isso, os sindicatos conversam com o governador e deixam passar ao largo uma questão tão sensível como essa. Esse é um dos pontos que mostra como a falta de participação da CUT nessa discussão é prejudicial. À Central caberia fazer essa mediação entre serviço público e a população, evitando gasto de recursos públicos, desvalorização do trabalhador e a falta de qualidade do serviço oferecido à população.



Recursos para o saneamento básico o governo federal disponibiliza, mas no Estado esses gargalos abertos pela falta de compromisso fazem com que esses recursos acabem sendo transferidos para a iniciativa privada.



No primeiro de maio essas discussões mais amplas, que vão além das melhorias de condição de trabalho, devem ser abordadas. O saneamento é tão ou mais importante do que saúde, educação e segurança. Deve fazer parte da pauta de reivindicação e ser um compromisso assumido não só pelas centrais e sindicatos, como também por toda a classe trabalhadora.

 

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