Sábado, 20 Abril 2024

Nada com isso

Desde a eleição de 2010, o mercado político já havia eleito a disputa municipal deste ano como um exercício para a se projetar o cenário de 2014. Renato Casagrande conseguiu criar um ambiente político para que fosse aceito em um grupo que comandava o Estado há quase uma década. Entrou porque não tinha jeito. O então candidato à sucessão de Paulo Hartung (PMDB) era Ricardo Ferraço (PMDB), que fez um trabalho de articulação muito forte, mas não era exatamente um populista.



Isso o grupo de Hartung não conseguiu criar. Embora Casagrande não seja exatamente um líder popular, tinha alcançado uma visibilidade que garantiu sua entrada à força no palanque palaciano. O problema é que por fora desse sistema, havia ainda uma terceira força preocupante para o grupo de Hartung.



Com um discurso conservador, mas com uma retórica invejável, o senador Magno Malta é o populista que o grupo de Hartung não tem. Sua falha, politicamente falando, está no fato de ele não ter habilidade para articulação como o grupo de Hartung tem. Aliás, justamente por isso, não é bem quisto pela elite política.



Não são as bandeiras de Magno Malta que incomodam parte da classe política. Até porque, essas bandeiras ainda estão longe de passar nas Casas Legislativas, mexer com cláusulas pétreas da Constituição exige uma mobilização que Malta não conseguiria hoje. O que incomoda é o fato de ele ameaçar o sistema político vigente no Estado.



Se a chegada dele ao governo seria bom ou ruim para a população, na verdade nesse jogo de poder não importa para a classe política capixaba. O que importa é que ele tiraria do comando a elite política capixaba.



O fato é que a disputa de poder que se colocou no tabuleiro político concentra seu foco no embate Paulo Hartung versus Magno Malta. Hartung defende os interesses da elite político-empresarial, que não garantiu o atendimento aos interesses da população, e Magno um projeto indomável, com ideias que vão ao encontro das conquistas das minorias. Se um defende temas como a diminuição da maioridade penal, o outro em seu governo também infringiu direitos constitucionais relativos aos direitos humanos e ao atendimento às necessidades básicas da população.



Enquanto a classe política vê essas duas lideranças no embate se desgastando, Casagrande, sem entrar em discussões acaloradas nem subir em palanques, caminha entre esses dois lados, preparando sua candidatura à reeleição, sem desgastes.



Fragmentos:



1 – Começa a ganhar força na Assembleia a retomada da discussão sobre a reeleição para a presidência da Casa, em que Theodorico Ferraço (DEM) vai tentar se manter. Ele tem seus fãs no plenário, mas hoje o cenário político é outro. Será que vai?



2 – Aliás, o nível de irritabilidade dos deputados no Legislativo está altíssimo. Será que o clima tenso na Casa tem a ver com o resultado das eleições ou aquele velho problema de relacionamento com o governo do Estado?



3 – No caso do deputado Gilson Lopes (PR), dá para saber qual é o problema. Ele tem travado uma batalha contra a situação complicada administrativa e politica que vive a situação da segurança e dos presídios do Estado. Por enquanto, tem pregado no deserto.

 

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