Não agradou
A situação política em Cariacica é complicada. O prefeito Geraldo Luzia, o Juninho (PPS), chegou à prefeitura com uma popularidade invejável e esperava-se dele um desempenho destacado já no início de sua gestão. Mas isso não aconteceu, muito pelo contrário, o prefeito vem acumulando crises, o que prejudica sua administração.
Desde o início do mandato a impressão da classe política local é de que Juninho entregou a parte burocrática aos secretários, que, dizem, nem conhecia direito, e, passou a se dedicar à manutenção de sua imagem, fazendo visitas e participando de atos públicos.
Os primeiros problemas não tardaram a aparecer e a crise na gestão começou internamente com muitos problemas na equipe. Sem conseguir alinhar suas promessas de campanha ao trabalho na prefeitura, mexeu na equipe e criou problemas com as lideranças políticas locais.
Administrar Cariacica não é fácil, já que o município é grande, repleto de problemas dos mais variados e sem atrativos de investimento. Mas Juninho cometeu o segundo erro ao insistir em culpar a gestão passada pelos percalços do início da administração.
A estratégia é equivocada, primeiro porque esse discurso só vale pelos primeiros 90 dias de governo; segundo porque era o vice-prefeito na gestão anterior; e terceiro porque Helder Salmão (PT), que o antecedeu, além de ser o único prefeito da história de Cariacica a ser reeleito deixou a melhor situação na Grande Vitória ao deixar a prefeitura.
Mas Juninho tem uma vantagem em relação a tudo isso. A simpatia da população pelo prefeito lhe dá lastro para cometer esses equívocos. Ele ainda tem três anos para dar uma marca à sua gestão, fazer acertos políticos e buscar a reeleição.
O último episódio envolvendo a criação do Conselho LGBT do município, porém, é complicado. Se está à frente de uma gestão repleta de conservadores e vive em um município na mesma linha, não deveria ter criado o projeto. Mais uma vez proposto, aprovado pela Câmara e sancionando, não deveria ter voltado atrás.
Dessa maneira não agradou nem os conservadores, que já desaprovaram de cara, portanto, não vai adiantar reverter a criação, porque já perdeu a simpatia deles e também não agradou as minorias, que aliás, não são tão minorias assim há muito tempo.
Enquanto a crise estiver restrita ao âmbito da prefeitura, ele conseguirá se manter, mas se começar a vacilar em questões polêmicas como essa da criação do conselho pode comprometer o único trunfo político que tem, que é a simpatia popular.
Fragmentos:
1 – Ampliando sua vitrine política, o delegado Fabiano Contarato, que procura um partido para disputar a eleição do próximo ano, participou do programa de Ana Maria Braga na manhã desta quarta-feira (18).
2 – Falou que o rigor na lei sobre bebida e direção deve partir do Congresso Nacional, mas como convencer nossa bancada que tem integrantes que não são muito chegados a usar o bafômetro?
3 – A legislatura caminha para seu último ano e tem deputado que ainda não entendeu a diferença entre a Assembleia Legislativa e a Câmara de Vereadores.
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