Terça, 14 Mai 2024

Nas contas de Penedo 2 + 2 = 5

A exemplo do que ocorreu com as denúncias dos incentivos fiscais, o ex-governador Paulo Hartung (PMDB) mobilizou “batedores” que saíram espalhando artigos na imprensa-amiga para defendê-lo do escândalo do “posto fantasma” de Mimoso do Sul, que custou R$ 25 milhões aos cofres públicos, mas que não chegou a sair do papel. 
 
A pérola desta vez partiu do ex-secretário da Fazenda Roberto Penedo, que escreveu um artigo para o jornal Empresários (edição de abril). No texto, ele tentar provar que a extinção dos postos fiscais foi uma medida acertada do ex-governador que gerou lucro e não prejuízo, como andam dizendo por aí.
 
Para sustentar a delirante tese, o economista, vejam vocês, recorreu a uma equação mirabolante. Penedo tenta provar que a extinção dos cinco postos fiscais instalados no Estado gerou uma economia, pasmem, de R$ 37 milhões ao erário nos últimos quatro anos – cerca de R$ 9 milhões ao ano.
 
O artigo não deixa claro o método utilizado por Penedo para chegar à economia milionária. Subjetivamente, ele destaca que os novos postos implicariam na elevação de gastos do Fisco com pessoal e infraestrutura, ou seja, não gastando, economizou.
 
O ex-secretário, que também já comandou o Banestes (que perigo!), quis mostrar que o então governador Paulo Hartung acertou em não implantar os novos postos. Coisa de gênio.
 
Ele elogia a iniciativa dos ex-colegas que estavam à frente da Fazenda - José Teófilo de Oliveira (atual sócio de Hartung na consultoria Econos) e Bruno Negris –, que foram favoráveis à extinção dos postos. Para Penedo, eles seguiram uma medida que já vinha sendo adotada por outros estados, o que mostra a visão apurado dos ex-secretários. 
 
Penedo acrescenta no artigo que o governo Hartung tinha duas opções: ampliar a estrutura física e humana dos postos fiscais em funcionamento ou extingui-los. Como a decisão foi pela desativação dos postos, Penedo ratifica que a escolha assegurou a economia dos tais R$ 37 milhões. Que coisa! E todo mundo pensando que o dinheiro estava sendo desperdiçado. 
 
Apesar de o ex-secretário mostrar que é um verdadeiro mago dos números, toda sua habilidade matemática não foi suficiente para decifrar o enigma dos R$ 25 milhões gastos no “posto fantasma” de Mimoso do Sul. Esse teorema ele deve ter julgado muito avançado para suas habilidades abstratas. Achou melhor tirar literalmente o corpo fora. “É importante, a bem da verdade, lembrar, ainda, que tal fato não tenha ocorrido durante minha passagem pela Secretaria da Fazenda (Sefaz), que em momento algum foi contratado à construção civil do novo posto fiscal São José do Carmo [se referindo ao "posto fantasma" de Mimoso do Sul]”. 
 
Todo caso, se considerarmos a economia de R$ 37 milhões defendida na tese de Penedo, e subtrairmos os R$ 25 milhões que evaporaram nas obras do “posto fantasma”, o Estado, graças à descoberta do professor que “achou” R$ 37 milhões, ainda estaria economizando R$ 12 milhões. Isso se não erramos na conta. 

Veja mais notícias sobre Colunas.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Terça, 14 Mai 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://www.seculodiario.com.br/