
Tradicionalmente, qualquer prestação de contas do governador Paulo Hartung (PMDB) na Assembleia Legislativa vira um festival de bajulações, daquelas bem exageradas. Nessa quarta-feira (13), a cena se repetiu, porém não com a maioria, como sempre foi regra. Chamou atenção o comportamento de um grupo de deputados, que preferiu perder a chance de ouro de rasgar seda em público ao bam-bam-bam do Estado. Nenhum deles correu para enumerar inúmeros elogios e estender tapete vermelho a Hartung, mas também não entrou em rota de colisão. Simplesmente se omitiram. Nesse bolo estão tanto parlamentares da base como ligados ao adversário número um do governador, Renato Casagrande (PSB). Que são: Guerino Zanon (PMDB), Eliana Dadalto (PTC), Enivaldo dos Anjos (PSD), Sandro Locutor (Pros), Freitas (PSB), Euclério Sampaio (PDT), Marcos Bruno (Rede) e Hudson Leal (PTN). Mesma postura já foi, inclusive, observada com esses personagens em votações recentes na Casa. Numa Assembleia como a nossa, subserviente dos pés à cabeça, não dá para cravar que se trata, certa forma, de um tipo de protesto ao governador. Mas, por outro lado, são sinais impossíveis de serem ignorados. Pela primeira vez nos últimos tempos, nem todo mundo levou confete para enfeitar a coroa do governador.
Precisa?
Do deputado estadual Euclério Sampaio (PDT) no Facebook: “Será que um Governo que se diz ajustado precisa sacar milhões em depósitos judiciais, pedir autorização para contrair empréstimos de meio bilhão e, ainda vender o direito de ir e vir do Povo do Estado (criação de 14 praças de pedágios – Colatina, Cachoeiro de Itapemirim e Aracruz)? Aí fica difícil demais”.
Ação e reação
A propósito, tem meme com a campanha #CompartilheoBem nas redes sociais divulgado pelo grupo de Casagrande: #CompartilheoÓdio. Uma referência aos ataques feitos ao ex-governador durante a prestação na Assembleia.
Nem cosquinha
Os deputados federais Carlos Manato (SD) e Evair de Melo (PV), como esperado, foram muito bem – só que não – na disputa à presidência da Câmara. Receberam, respectivamente, dez e cinco votos. Só pra ter ideia, o vencedor, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foi votado por 285 parlamentares.
Nem cosquinha II
No fundo, no fundo, você sabe o que foram essas candidaturas, né? Mais uma tentativa de colocar gás no próprio nome no cenário nacional, o que sempre tem reflexos no Estado. Está difícil, viu?!
Área lucrativa
Em Aracruz, norte do Estado, circula nos bastidores que o deputado estadual Erick Musso (PMDB), candidato a prefeito no município, estaria atrás dos votos dos evangélicos. Dizem até que ele andou fazendo uma listinha dos pastores de lá, para garantir aquela visitinha básica. Em ano de eleição, esta aí uma área pra lá de cobiçada. O voto dos fiéis é uma mina de ouro: costumam vir em bloco.
No jogo
O vereador afastado de Sooretama, Edson Isidoro (PDT), solicitou à Justiça o retorno ao mandato, com base numa decisão do TJES que reverteu o pedido de prisão contra ele. Caso tenha êxito e se mantenha livre de qualquer pendenga, terá campo livre para colocar gás na sua candidatura a prefeito.
No jogo II
Isidoro é apontado pelo mercado político local como um dos nomes mais competitivos para enfrentar o atual prefeito Esmael Loureiro (PMDB), que também tem abacaxi judicial, e ainda fazer frente com a candidatura do empresário Alessandro Broedel (PSDB).
Obrigação
Também por essas “bandas no norte”, em Conceição da Barra a Justiça determinou que o prefeito Jorge Donati (PSDB) providencie, em 72 horas, a instalação de placas próximas a todos as obras com informações do projeto, origem dos recursos, período de duração, etc., etc. e etc. É o mínimo!
Nas redes
“A pré-candidatura de Max Dias enfrentou internamente um processo de desconstrução. As tendências, especialmente da maioria, não a aceitaram. Ao invés de saudá-la e apoiá-la, cuidaram a todo momento de não reafirmá-la, tentando suplantá-la logo em seu nascedouro. (Max Dias – Juventude do PT – no Facebook).
PENSAMENTO:
“Quem pretende apenas a glória não a merece”. Mário Quintana

