Quinta, 18 Abril 2024

No tapetão

 

 
O prefeito de Nova Venécia, Wilson Luiz Venturim, o Japonês (PP), tem sido alvo de manobras que tentam minar sua reeleição à prefeitura. Com vantagem sobre o candidato do PSB, Lubiana Barrigueira, Japonês sofreu dois reveses esta semana, que certamente não podem ser interpretados como corriqueiras coincidências. 
 
Primeiro houve uma movimentação do Instituto Futura, que voltou ao município depois de fraudar as pesquisas eleitorais de 2008, quando Japonês disputava a prefeitura com o candidato Valter De Prá. A manobra do Futura rendeu aos diretores do instituto uma ação penal na Justiça Eleitoral, que continua em andamento.
 
Temendo a reedição do esquema de 2008, Japonês conseguiu brecar na Justiça a divulgação de uma pesquisa que seria publicada nessa segunda (1). O juiz eleitoral, depois de tomar conhecimento do histórico de fraudes do instituto no município, decidiu suspender os resultados da pesquisa.
 
A segunda tentativa ocorreu nesta terça-feira (2), quando os desafetos de Japonês conseguiram desferir um novo golpe contra a candidatura do prefeito. Desta vez a ajuda partiu do Ministério Público Estadual, que resolveu minar a candidatura do prefeito veneciano a menos de uma semana do pleito.
 
O órgão "desenterrou" uma denúncia de improbidade administrativa contra o prefeito. É claro que a esta altura do campeonato qualquer denúncia contra um candidato tem efeito devastador no resultado das urnas. O MPES rapidamente estampou no seu sítio institucional a notícia em destaque: "Prefeito de Nova Venécia é acusado de improbidade".
 
Não vamos aqui entrar no mérito da denúncia, que acusa o prefeito de comprar uma casa em um loteamento e, em seguida, realizar obras públicas de infraestrutura para beneficiar o local que abriga o empreendimento. 
 
Ora, não é novidade para ninguém que diversas denúncias de autoria do MPES acabam dando com os burros n'água. Quanto à denúncia contra o prefeito, o MPES deveria movimentar-se no início do ano, quando tomou conhecimento dos fatos, ou esperar prudentemente o desfecho das eleições. 
 
Da maneira como a denúncia foi trazida à tona, somos obrigados a dar razão ao prefeito, que a classificou como uma manobra "eleitoreira e oportunista" para desestabilizar sua candidatura. Mesmo porque, o candidato acusado pelo MPES não terá oportunidade de se explicar ao eleitor. Para todos os efeitos, a denúncia, que ainda precisa ser apurada, já se investe de caráter condenatório. 
 
Mas uma ressalva, não vamos jogar no mesmo balaio o episódio envolvendo Japonês e outros candidatos que vêm sofrendo reveses na Justiça também às vésperas das eleições, como os casos dos candidatos Jorge Donati (PSDB) e Edson Magalhães (PPS), que disputam ou disputavam, respectivamente, as prefeituras de Conceição da Barra e Guarapari. 
 
Os casos dos dois prefeitos são bem distinto do de Japonês. Donati e Magalhães tiveram seus registros de candidatura cassados pela Justiça Eleitoral por irregularidades. Eles tiveram oportunidade de recorrer das decisões e foram derrotados no TRE-ES por um colegiado que analisou exaustivamente o teor das denúncias. Agora ambos tentam reverter as decisões de segunda instância no TSE. 
 
Japonês, pelo histórico dos acontecimentos em Nova Venécia, é o adversário a ser batido. Como a disputa nas urnas é favorável ao atual prefeito, seus desafetos,  para tirá-lo do caminho, recorreram ao chamado "tapetão".

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