Terça, 30 Abril 2024

Nova ordem

Parece que parte da classe política e da imprensa insiste em não entender que os tempos no Espírito Santo são outros. Aquela época de retardar ou acelerar processos, às vezes, "esquecê-los" na gaveta, levantar suspeita sem prova, desmembrar processos para render matéria, acabou.



Tentar desqualificar as ações da Polícia Civil porque as investigações chegaram em algumas figuras antes consideradas nos meios políticos como intocáveis, disseminando a ideia de perseguição a essas figuras, simplesmente não cabe nesse contexto. Ferraço coleciona processos de improbidade na Justiça, se houve uma movimentação escusa para atingi-lo, elementos para isso não faltariam.



O risco que ele sabe que corria com esses processos na Justiça era tanto que criou ele mesmo foi o pai da PEC 85 para blindar os ex-prefeitos. Poderia ter caído facilmente por esse caminho. Achar que uma operação da magnitude da Derrama foi armada para atingir ele e os aliados do ex-governador Paulo Hartung é demais.



O fato é que algumas dessas figuras, como é o caso do ex-prefeito de Linhares, Guerino Zanon (PMDB), outro grande campeão de processos na Justiça, estiveram durante o governo passado, muito bem protegidas, isso sim. As ações contra eles não andaram. No caso de Guerino, quando esteve prestes a ser barrado na eleição de 2008, conseguiu uma liminar que lhe garantiu não só participar da eleição, mas cumprir todo o mandato de prefeito.



Não há mais o arranjo institucional, logo não há mais como proteger ninguém da atuação dos órgãos que foram criados para isso. Também não há mais condição de livrar das garras da Justiça aqueles que são mais iguais que os outros.



Se ingerências existiram, elas aconteceram em um passado recente, e não adianta fazer de conta que não sabe e achar que ninguém sabe, todo mundo sabe. A ordem política é outra e é melhor se acostumar com isso porque a vidraça da vitrine está rachando.





Fragmentos:



1 – O escândalo envolvendo o presidente da Assembleia, Theodorico Ferraço (DEM) ganha projeção nacional, dificultando ainda mais as tentativas de salvá-lo. A candidatura à reeleição para a Assembleia respira por aparelhos.



2 – Como a Assembleia está lidando com essa sensação de déjà vu de um desgaste político tremendo às vésperas da eleição para a presidência da Mesa?



3 – Os deputados querem que o presidente Theodorico Ferraço tome a iniciativa de deixar a disputa pela Mesa. Ele, porém, cobra dos colegas a contrapartida pelo corporativismo que adotou estando à frente da Casa este ano.

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