Novo Sindiupes, será?
Há mais de três meses um imbróglio judicial movimenta o meio sindical. A eleição do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Estado (Sindiúpes) só agora está próxima de uma decisão. O sindicato que estava totalmente politizado sob a égide do Psol, foi vencido no tapetão, pela Chapa 2. A Justiça definiu na última quinta-feira (13) a abertura das urnas, o que aconteceu na última sexta-feira. Deu Chapa 2 na cabeça.
Com a mudança na direção do sindicato, vai ter mudança também no viés político. A Chapa 2 é pluripartidária e defende os princípios da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Não é o que há de melhor, mas é uma das poucas que ainda defende o sindicalismo das centrais.
Essa eleição trouxe preocupação porque o pessoal do Psol fez a eleição, burlou as urnas e depois foi à Justiça pedir impugnação. Tamanho é o apego ao poder, que esses grupos políticos não se acanham em fazer esse tipo de manobras, que saltam aos olhos. É uma vergonha.
Esperamos, agora, que essa direção, ligada à CUT, dê uma guinada nos rumos da categoria e até da própria CUT, que anda claudicando por aí. É uma categoria de ponta e com uma grande responsabilidade na sociedade, que é a formação dos cidadãos.
Basta ver a situação crítica em que se encontra o setor para saber que é necessária uma atuação mais dura do sindicato. Uma movimentação que vá além das reivindicações salariais. O Sindiupes é um sindicato forte, o que falta é direcionar esse potencial de mobilização que a categoria tem para o verdadeiro sindicato cidadão.
É preciso se movimentar para dentro da escola e trazer para a discussão os pais e os alunos. Não basta apenas garantir o salário, é preciso lutar por uma educação de qualidade e respeito ao ser humano. Não é possível o sindicato lidar com a essa terrível estatística de nove mil trabalhadores em Designação Temporária, sem vínculo com o trabalho e, principalmente, com a formação do aluno.
O sindicato deve lutar pela formação humanística, a formação do cidadão, e não meramente a formação de mais massa de manobra, que é isso que os professores estão formando. A escola tem que ser um instrumento cultural, o aluno deve saber mais do que as disciplinas que estão sendo ministradas. Tem que sair dali entendendo seu papel na sociedade. Isso é um dos papéis fundamentais do sindicato.
Agora é acompanhar a atuação do novo sindicato para saber se é mesmo uma guinada ou se será uma variação do mesmo tom.
Estamos de olho!
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