Segunda, 29 Abril 2024

O absurdo dos juros altos

A sociedade brasileira precisa de investimentos de capital produtivo para a geração de trabalho, com garantias de direitos versus um processo de concentração de riquezas, por meio da financeirização do capital, em que buscam, sem geração de emprego assalariado, que dinheiro gere mais dinheiro.

A elevação da taxa de juros conduz a nossa economia para uma financeirização das atividades, trazendo consequências desastrosas para o mundo do trabalho e, consequentemente, para a classe trabalhadora, a curto e a longo prazo, pois os juros elevados reduzem o consumo, que reduz a produção, que reduz o emprego, só favorecendo o especulador, que com dinheiro, faz mais dinheiro.

Capital produtivo e trabalho têm uma relação direta, mais produção gera mais trabalho e dinamiza a economia, a exploração financeira prejudica diretamente a classe trabalhadora.

A produção gera emprego, lucro e melhores salários, e possibilita maior distribuição de renda e geração de riqueza, para toda nossa sociedade.

É preciso saber reconhecer que quem produz riqueza não é a máquina, nem o dinheiro em si, e sim o único produtor de riqueza é o trabalho humano, aplicado na produção de bens.

O capital financeiro, baseado em ações de um mercado fictício, sem produtos e financiado por empréstimos com juros cada dia mais altos, descarta o trabalho humano, desqualifica o trabalhador, reduzindo salários, condições dignas de trabalho, direitos trabalhistas e sociais, precarizando as condições de vida da classe trabalhadora.

Numa sociedade onde prevalece o capital improdutivo, com a financeirização da economia para produção de mais dinheiro, o trabalhador produtivo é desvalorizado e surge com muita força os trabalhadores informais, autônomos, sem salário e direitos, numa variedade muito grande de atividades precarizadas.

Uma sociedade sem empregos formais, com salários reduzidos, sem direitos trabalhistas e condições dignas de trabalho, forçada pelo desemprego, pela baixa produção e baixos rendimentos.

Nossa sociedade está refém dos juros mantidos pelo Banco Central em 13,75%, a taxa mais alta do mundo, o que fatalmente reduz a produção e a geração de empregos, piorando o quadro econômico brasileiro. O maior prejudicado é a classe produtora, os trabalhadores e trabalhadoras.

Desde meados do ano passado, o Banco Central tem mantido essa taxa alta, a Selic, o que paralisa o ambiente econômico e agrava o cenário de crise de crédito, endividamento de empresas e das famílias da classe trabalhadora. Dificulta ainda as negociações de imóveis financiados, e a sociedade sente na pele os custos.

O povo quer ver o Brasil voltar a crescer e a população voltar a comprar sem se endividar, mas essa taxa de juros como está é um absurdo para a economia e para o povo, que quer emprego e renda.

A Confederação Nacional do Comércio já prevê uma queda nas vendas para o Dia das Mães, principalmente para os setores que necessitam de financiamento para efetuar a negociação e com menores vendas, menor criação de empregos.

As altas taxas de juros são inimigas do crescimento econômico do Brasil, é um negacionismo econômico, afirmam diversas lideranças dos trabalhadores, isso estrangula a nossa economia, pois a taxa tem sido mantida alta mesmo com a inflação em queda, praticamente dentro da meta estabelecida, causando a destruição de empregos, empresas e famílias de trabalhadores.

O povo exige, democracia, trabalho e distribuição de renda.

"Emprego é fonte de renda e trabalho é fonte de vida. Meu trabalho é minha obra". Mario Sergio Cortella

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