O andor é de barro
Essa conversa de que o governador Renato Casagrande vai alijar do seu convívio político os deputados que votaram a favor do fim do pedágio é conversa para boi dormir. Numa Assembleia de 30 deputados, como a nossa, bastam cinco ou seis deputados para obstruí-la por longo tempo.
O regime no país é presidencialista. Mas na prática ele é mesmo parlamentarista, obrigando governos e prefeituras a lidar com deputados e vereadores. E não será diferente com o governador Casagrande.
Ainda mais quando se está a caminho do fim do mandato e ainda por cima candidato à reeleição. Haveria quem pudesse dizer que a atual Assembleia é mansa e temerária o suficiente para não tomar posição contra o governo. Não creio mais nisso, não. Principalmente depois desse episódio do pedágio da Terceira Ponte.
É possível também que esse instrumento da obstrução já teria sido imaginado por ocasião da enorme pressão que receberam os deputados que abraçaram a proposta do deputado Euclério Sampaio (PDT) de acabar com o pedágio da Terceira Ponte. Só um Gilsinho Lopes (PR), mais um José Esmeraldo (sem partido) e um Euclério Sampaio (PDT) já seriam suficiente para parar à Assembleia. Imagina mais três ou quatro junto com eles? É o tal do pau que dá em Chico, dá também em Francisco.
E nunca ignorando que o atual presidente da Assembleia, o demista Theodorico Ferraço, numa situação dessa natureza, treteiro como ele só, vai tirar o melhor proveito da situação. Duvido que o governador Casagrande leve adiante essa ideia, com o presidente da Assembleia na tocaia.
Ainda mais quando se encaminhas para torna-se realidade a candidatura do filho dele, o senador Ricardo Ferraço (PMDB), ao governo do Estado. O somatório, deputados rebeldes mais o pai do Ricardo, cada um puxando a corda para o seu lado, mais indo na mesma direção, qual seja, o governador Renato Casagrande, é dose. É melhor ele desistir do isolamento dos deputados do fim do pedágio enquanto é tempo.
É fria, Casão!
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