O esporte é o piso
Os Jogos Olímpicos de Londres neste verão europeu de 2012 estão propiciando várias leituras da realidade do esporte no Brasil e no mundo.
Deixemos de lado as exclamações ufanistas dos locutores de rádio e TV, que exaltam os vencedores e consolam os perdedores, como se não houvesse nada mais em jogo do que a vitória. Enquanto isso, a totalidade dos comentaristas reclama do mau desempenho da maioria dos atletas, como se estes fossem obrigados a trazer medalhas para casa.
É bem o caso de perguntar onde foi parar o famoso espírito esportivo recomendado pelo Barão de Copertin, autor da frase célebre “O que importa é competir”.
Infelizmente os esportes em geral estão contaminados pela óptica capitalista, que reduziu tudo a uma competição de vida e morte.
Num país rico em desigualdades econômicas e sociais, como é o caso do Brasil, o esporte é uma excelente alavanca de educação e saúde. Com ou sem medalhas e troféus em disputa, a prática dos esportes faz bem ao físico e ao espírito. Nada é melhor do que o esporte para elevar a autoestima dos jovens, dos adultos e dos velhos.
As competições municipais, os torneios regionais, os campeonatos nacionais e os jogos internacionais são raras oportunidades de intercâmbio social e cultural. É nesses encontros diversificados que se vê como o esporte, de braço com a música, aprimora saúde, enriquece a cultura e estimula o turismo.
Perto desses benefícios e vantagens, as medalhas conquistadas pelos vencedores se tornam pequenos símbolos individuais de conquistas de grupos. Nenhum atleta chega sozinho ao pódio. Junto com ele trabalham os familiares, os colegas, o técnico, o preparador físico e os patrocinadores.
É maravilhoso saber que o Piauí tem uma campeã de judô chamada Sarah Menezes, que o Espírito Santo revelou um talento do boxe chamado Esquiva Falcão Florentino e que o “fracasso” de César Cielo e a “queda” dos irmãos Hypolito não serão capazes de bloquear o crescimento da natação e da ginástica brasileira. Idem outros esportes.
As estrelas como os citados acima servem como exemplo e estímulo pois se expõem nas vitrinas da mídia, mas o que importa é a massificação da prática do esporte em nome da melhoria da saúde e da educação do povo. Que os governantes abram o olho para isso.
A centena de atletas brasileiros presente em Londres vai voltar para o Brasil com uma bagagem extraordinária, enriquecendo a vida dos seus familiares, amigos, colegas, torcedores e patrícios brasileiros. É uma conquista que vale mais do que 100 medalhas.
LEMBRETE DE OCASIÃO
“Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar” (VOLTAIRE)
Veja mais notícias sobre Colunas.
Comentários: