Terça, 07 Mai 2024

O futuro do carnaval

 

Meus emails se congestionam, amigos e familiares enviando fotos dos desfiles de que participaram, detalhes das fantasias que usaram, da euforia nos camarotes que ocuparam… O Brasil é uma festa no antigamente chamado tríduo momesco, que deixou de ser tríduo há muito tempo, e vai se esticando, em muitos lugares emendando do Ano Novo à quarta-feira de cinzas, já não tão cinzenta.
 
 
Não tem tanto tempo assim, essas pessoas tão entusiasmadas não queriam saber de carnaval - preferiam ir desfrutar os feriados nas praias ou nas montanhas. Ou fazer compras em Miami. Não mais que de repente, vê-se uma revitalização do carnaval de rua, com a necessária renovação da energia para enfrentar tanto samba. Pessoas que de há muito aposentaram  o pandeiro caíram na folia, atentas à programação dos jornais para saber onde mais poderão perder uns quilos e a voz.
 
 
Ainda há quem se lembre, o carnaval começou nas ruas, com os blocos de bairros desorganizados, fantasias improvisadas, saindo a qualquer hora do dia ou da noite. Não podia faltar o bloco-sujo, todos mascarados. Quando criança ia ver o corso, desfile de carros abertos com batalhas de serpentina e lança-perfume Rodo, importado da Argentina. Os então chamados bailes de salão desbancaram o carnaval de rua, que virou festa fuleira.
 
Tudo mudou e hoje, tal como as escolas de samba, os blocos de rua também estão virando negócio de gente grande, com altos investimentos e longa preparação. Ausente há tanto tempo dos carnavais brasileiros, estarei mal informada? Vou ao moderno pai dos burros, o google, que me presenteia com 650 mil sites sobre a revitalização do carnaval de rua.
 
No Rio: “Sair do Rio no carnaval é bobagem. O carnaval de rua voltou, tem gente bonita, alegre, boa música e é de graça. Nos últimos anos, muita gente tem dito isso e quem fica na cidade maravilhosa nos dias de carnaval não se arrepende dessa decisão”. Em Belo Horizonte: “Há poucos anos, durante o Carnaval, muitas partes da cidade se pareciam mais com um cemitério. O surgimento dos blocos de bairro revitalizou a comemoração e uma parcela considerável da população está de volta às folias, que ficam mais concorridas a cada ano. "
 
Em São Paulo: “Blocos e cordões carnavalescos defendem um modelo não empresarial da festa, a qual teria como principal motivação a alegria e a valorização do samba”; “Um retorno à coisa do brincar o carnaval”. De volta ao Rio, esse ano, 425 blocos tiraram licença para desfilar , muitos com patrocinadores. Sem falar nos que não se licenciaram masse divertiram do mesmo jeito. Vê-se hoje uma revitalização do carnaval de rua, com a necessária renovação da energia para enfrentar tanto samba.
 
 
Enquanto isso, em Miami, o cordão verde-amarelo samba em Miami Beach, e a animação dura até a polícia acabar com o barulho; hora de deixar os outros dormirem. Tem carnaval de clube também, mas antes ou depois do carnaval, quando as bandas e orquestras brazucas ficam sem ter o que fazer da vida. Ou dos instrumentos. No auge da folia, nenhuma tem vaga na agenda.
 

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