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Parceiros de palco

Os senadores Magno Malta (PR) e Ricardo Ferraço (PMDB) se tornaram amigos de infância nos últimos tempos. Agora, com a luta pelo Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias (Fundap), essa parceria parece ter se aprofundado. Mas não dá para deixar de ver o interesse em 2018 nesta nova amizade.

Como mostrou Rogério Medeiros, em sua coluna nesse fim de semana em Século Diário, Ricardo Ferraço tem um olho no mandato e outro em uma nova tentativa de disputar o governo do Estado.

Os dois acabam se beneficiando com essa união com a busca de pautas que mobilizem a sociedade, depois de oito anos de mandatos controversos no Senado. Eleito pelo PMDB, Ricardo Ferraço se envolveu no polêmico caso da fuga para o Brasil do senador boliviano Roger Pinto Molina, em 2013.

Em 2014, ainda no PMDB, o senador tentou um movimento dentro do partido para disputar o governo do Estado, mas acabou não conseguindo convencer o partido, que apoiou a candidatura de Paulo Hartung. A ausência de Ricardo Ferraço na convenção do partido foi lido pelos meios políticos como uma mágoa com o caso.

Ferraço havia operado o joelho e até postou foto no Facebook após a cirurgia, mas a lembrança do “abril sangrento”, de 2010, quando ele foi substituído por Renato Casagrande (PSB) na chapa palaciana, na sucessão de Hartung, gerou questionamentos se esse foi mesmo o motivo da ausência. Em 2018, como mostrou a coluna de Rogério Medeiros, Ricardo estaria alinhavando os passos para a construção de seu palanque ao governo do Estado pelo PSDB. Para isso, precisa se aproximar da população, já que o Senado deixa as lideranças distantes por oito anos e Ricardo nunca foi um campeão de votos trabalhando sozinho.

Já o senador Magno Malta ganha com a aliança no sentido de, ao se aproximar de Ricardo Ferraço, conseguir passar para os eleitores alguma confiança. Malta se reelegeu em 2010 com a promessa de reduzir a maioridade penal, algo que ele na verdade não poderia fazer sem um referendo popular. Mesmo assim, conseguiu convencer seus eleitores com um discurso conservador que sempre lhe rendeu votos.

Depois disso fez vários movimentos incertos, sobre disputar o governo e, posteriormente, disputar a presidência, o que acabou enfraquecendo seu partido. Aliados com o então governo Casagrande, as lideranças do PR deixaram a sigla. Nacionalmente, o partido, base da então presidente Dilma Rousseff, também não bancou a candidatura à presidência.

O senador ainda tem um bom capital com seu eleitorado, mas entendeu que precisava de visibilidade, ainda mais se tiver de enfrentar Hartung e Renato Casagrande (PSB) na disputa pela reeleição, como pretenderia o projeto ambicioso de Ricardo Ferraço. Qual dos dois vai render mais com parceria, 2018 é que irá mostrar.

Fragmentos:

1 – Leitor comenta que em determinadas bases o nome do deputado estadual local não pode sequer ser citado porque irrita os eleitores. Retrato da crise política que assola o País e da falta de atendimento às emendas parlamentares no orçamento 2016.

2 – A proposta de Emenda Constitucional nº 05/2016, do deputado Enivaldo dos Anjos (PSD) e outros, que altera o artigo 126 da Constituição do Estado e acresce o art. 130-A, para criar a Polícia Rodoviária Estadual, causou problema no plenário. Os deputados entenderam que o líder do governo, Gildevan Fernandes (PMDB), estava provocando os colegas ao tentar rejeitar o parecer de constitucionalidade do projeto.

3 – Deputado Sérgio Majeski (PSDB) alfineta: “E o Ministério Público do ES não para de nos surpreender, ofereceu a Comenda Medalha do Mérito do MP a quem tem 17 processos ativos na Justiça, sendo seis deles ações por improbidade administrativa denunciadas pelo próprio MP. O ES, muitas vezes lembra Sucupira! Para quem entende a relação entre as instituições no Estado, o fato fala por si!”. Eita!

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