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Passou recibo

Se o governo do Estado vai conseguir desmobilizar o blocão da Assembleia, fazendo com que os deputados aliados retirem assinaturas do requerimento, já não importa mais. A movimentação dessa segunda-feira (15) expôs a fragilidade do Palácio Anchieta. O governador Paulo Hartung passou o recibo de que estava preocupado, sim, com a formação do bloco partidário independente. 
 
Não tem como não relacionar a derrubada da sessão em 13 minutos. para o que o item seis, que tratava do requerimento, não fosse lido, a uma manobra palaciana. Neste sentido, de nada adiantou a fala do líder do governo à imprensa, Gildevan Fernandes (PV), dizendo que o problema era interno. Como poderia ser interno, se o bloco se propunha apenas a discutir as matérias com mais profundidade e tratar a organização do plenário? 
 
O que incomodou foi o fato de mais de um terço da Casa ter assinado o documento e outros nomes terem se aproximado do grupo. Também incomodou o fato de deputados aliados do governo estarem entre os integrantes do blocão
 
A manobra para barrar o blocão também foi atrapalhada, espalhafatosa. Bastava obstruir a pauta para que o tempo do Expediente expirasse e o item não fosse votado. O governo não confiou na capacidade de manobra de seus aliados dentro do plenário? Derrubar a sessão foi bem sintomático, transpareceu apreensão da situação, com o retorno do governador Paulo Hartung ao trabalho e vendo a quantidade de problemas sobre a mesa. 
 
A tentativa de desmobilizar o blocão mostrou algumas nuances da relação política entre a Assembleia e o governo. Mostrou que o Palácio Anchieta não tem uma bancada forte. Tem mão de ferro, influência sobre os deputados, mas mostrou que os parlamentares também estão preocupados com o custo da submissão. 
 
Mostrou também que Theodorico Ferraço (DEM) – que assina o requerimento e recheou de ironias a derrubada da sessão dessa segunda – pode estar acuado, mas a fera ainda morde. Quanto mais o governo esticar essa corda, mais vai se expor. Deveria ter o governador entendido que a Casa é diferente daquelas que lhe serviram no passado e que o diálogo com lideranças experientes do plenário é que poderá ajudar o governo e não o “eu falei, tá falado”! 
 
Fragmentos:
 
1 – O que mais se ouviu no encontro do PMDB nessa segunda feira (15), em Vitória, foi sobre “a verba e o verbo”. A lição para os correligionários é a de que sem recursos, a verba; os candidatos vão ter que apostar em seus discursos, ou seja, o verbo. 
 
2 – O clima entre o prefeito de Linhares, Nozinho Correa (de saída do PDT) e a Câmara Municipal não anda nada bom. Na sessão ordinária dessa segunda-feira (15), os vereadores derrubaram nada menos que nove vetos do prefeito.

 

3 – Por falta de documentação e irregularidade contábil, a prefeitura de Linhares perdeu uma verba de R$ 80 mil, oriunda de uma emenda parlamentar da deputada estadual Eliana Dadalto (PTC) para aquisição de uma viatura para a guarda municipal. A dívida com servidores municipais impede o repasse de verbas. 

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