Quinta, 18 Abril 2024

Pesquisa eleitoral ou truque de mágica?

 

A cada eleição surge a mesma dúvida: as pesquisas eleitorais são realmente confiáveis, fidedignas ou atendem a interesses do jogo político e  por isso são descaradamente manipuladas? Essa é sempre uma questão que divide as opiniões. Há quem defenda que somente os grandes institutos de pesquisas são isentos, e que os pequenos foram certamente instituídos com o propósito de "fazer dinheiro". 
 
Há controvérsias.  Como em qualquer negócio, independente do tamanho da empresa, o que vai determinar se o instituto é idôneo ou não é o compromisso dos responsáveis em querer fazer um trabalho limpo e honesto. Porque, como todo mundo sabe, não basta simplesmente registrar as pesquisas no TRE como se isso fosse suficiente para bater o carimbo de confiável na pesquisa.
 
Outro recurso é publicar a pesquisa em um jornal de grande circulação para validar os resultados como idôneos. Geralmente, o candidato que está sendo favorecido pelos números, divulga os dados da pesquisa em seu programa eleitoral para mostrar aos eleitores que "a pesquisa publicada no jornal X o confirma como favorito a vencer as eleições". É isso, em alguma medida, influencia o voto do eleitor.
 
Entretanto, se consultássemos um especialistas disposto a revelar os segredos de como manipular uma pesquisa sem levantar suspeitas, com certeza ficaríamos com aquela expressão de espanto, boquiabertos, exclamando: Nossa, que coisa. Nunca imaginei!
 
Seria mais ou menos como aquele personagem da TV que decidiu revelar aos telespectadores os truques dos mágicos. Um a um, o tal de Mister M mostrava o avesso da mágica que se tornava, desse ponto de vista, quase ridícula. 
 
Costuma-se dizer que quem reclama das pesquisas é quem está perdendo. Mas é inevitável que não questionemos esta enxurrada de pesquisas que todos os dias vão para as ruas com a missão de "identificar" que são os candidatos "favoritos" do eleitor. Divergências à parte, apesar da margem de erro ser cada vez mais estreita, vire e mexe os resultados das urnas não batem com as previsões dos "magos" dos institutos. Deixando, ao final de cada eleição, um monte de eleitor encafifado e outro tanto de candidatos cabreiros com as tais pesquisas. 
 
Mas voltando ao Mister M, vamos revelar aqui somente um dos "truques" usados para maquiar os dados de uma  pesquisa sem levantar a mais remota suspeita nas autoridades fiscalizadoras. 
 
O instituto é obrigado a informar quantos questionários serão trabalhados em determinada pesquisa. Vamos supor que o instituto informou ao TRE que fez mil entrevistas.  Quem garante que o instituto não fez mil e quinhentas ou duas mil abordagens e depois filtrou os questionários que mais convinham ao seu cliente-candidato?
 
Para todos os efeitos, o instituto estará lá com os mil questionários "oficiais" à disposição esperando quem os queira auditá-los. 
 
Para quem não conhece o avesso das pesquisas, assim como os truques de mágica, a manobra pode impressionar muita gente. 

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