Sexta, 03 Mai 2024

Pode dar certo

O fim dos recursos federais que sempre garantiram a sustentação do orçamento do Estado coloca a classe política e o governador Renato Casagrande diante de um novo desafio: continuar crescendo, sem a gorda fatia dos repasses federais.



Isso vai depender de um poder de interlocução com o governo federal que o Estado na verdade nunca teve. Casagrande nunca foi o queridinho da presidente Dilma, é verdade, mas ainda assim, tem mais condições de conseguir estabelecer um diálogo com a presidente do que seu antecessor, Paulo Hartung (PMDB), que não tinha trânsito algum com o governo federal por conta de suas escolhas políticas ou pela falta delas.



O governador demonstra se preparar para o pior desde que assumiu o governo. Assim que chegou ao Palácio pisou no freio, rearrumou a casa e conseguiu passar os dois primeiros anos com dinheiro em caixa e fazendo investimentos.



A partir de agora, cabe a ele e seus aliados cobrarem do governo Dilma a contrapartida pelas perdas que se acentuarão no próximo ano. O Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), através de seu diretor, Guilherme Lacerda, já tem o aval da presidente para oferecer a ajuda que o Estado precisa, já que Dilma  garantiu o aumento do poder de endividamento do Estado, com a concessão de empréstimos para investimentos.



Se Casagrande conseguir passar pela tormenta do próximo ano, mantendo o poder de investimento do Estado e socorrendo as prefeituras que sofrerão com as perdas, sobretudo do Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias (Fundap), vai sair muito fortalecido e com condições de fomentar sua candidatura à reeleição sem ser incomodado pelos possíveis adversários.



O governador tem a oportunidade de transformar o azedo limão que o resto do País deu ao Espírito Santo em uma saborosa limonada. Sua movimentação será fundamental para garantir a estabilidade do Estado e os aliados vão reconhecer isso. Agora é com ele.



Fragmentos



1 – A pesada nuvem que está parada sobre as finanças do Espírito Santo parece que não vai embora nunca. Depois dos royalties, agora é a discussão sobre o Fundo de Participação dos Estados (FPE) que ameaça o Estado.



2 – Mais uma vez a culpa sobre o prejuízo do Estado cai no colo da presidente Dilma Rousseff. E mais uma vez, a classe política ignora o tamanho das bancadas do Rio de Janeiro e Espírito Santo contra o restante da Câmara dos Deputados.



3 – Nossa economia continua dependente de fatores externos em detrimento do fortalecimento da indústria local. Não seria a hora de repensar a nossa dinâmica econômica?

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