Segunda, 13 Mai 2024

Preço do fisiologismo

A direção atual e anterior do Sindirodoviários, que é a mesma, montou uma tática de perpetuação no poder visando ao fisiologismo que lhe é inerente. Como internamente eles se dividiram esse poder enfraqueceu. Embora tenham vencido, a discussão interna está fora de controle. Mas o que originou isso?
 
Economicamente falando, a categoria tem o sindicato mais poderoso do País e que sofre a maior influência patronal também. Não é exagero dizer que são os próprios patrões que administram o sindicato. No Espírito Santo segue a mesma lógica. 
 
Isso não é muita novidade no meio sindical, já que muitas entidades, antes tidas como combativas, adotaram esta nova postura mercantilista. O problema é que nos rodoviários esses conflitos internos, que também não são novidade, se intensificaram. 
 
Com um sindicato muito poderoso nas mãos, os interesses individuais afloram em grande intensidade. Como a eleição foi decidida por uma diferença muito pequena de votos, essas contradições falam bem mais alto. A ponto de sair até tiros. 
 
Dentro de um cenário de tanta contradição e questionamento sobre a eleição, o papel da Justiça do Trabalho deveria ser a de dissipar as dúvidas que existiam em torno do pleito. Mas não foi isso que aconteceu. Mesmo com a manifestação do Ministério Público do Trabalho contrário à manutenção desta direção que vem se perpetuando à frente do sindicato, a Justiça manteve a eleição, com as benesses do estatuto para a situação e os rigores para a oposição. 
 
A Justiça acabou aceitando uma manobra de uma direção que nunca prestou conta para seus associados. Mas a culpa disso não é só da Justiça. A CUT e a Confederação Nacional dos Transportes Terrestre (CNTT) apoiaram também uma das facções da direção. Mesmo sendo tão clara a manobra da situação. 
 
Agora o clima promete esquentar cada vez mais e quem está pagando o preço da defesa do fisiologismo no Sindicato dos Rodoviários são os usuários, a sociedade, que não votou nesta eleição e que fica à mercê das paralisações e das confusões na porta do sindicato. 
 
Independentemente da decisão da Justiça a coisa foi para a rua. A solução agora seria destituir a direção anterior, que já está em vacância, indicar uma comissão provisória, conhecida como junta governativa, e convocar novas eleições e desta vez respeitar o Ministério Público. Ou muda tudo ou qualquer tipo de remendo vai apenas adiar a baderna. 

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Terça, 14 Mai 2024

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